Brasília em Off: A irritação de Lira com Guedes

Lira acusa Guedes de dificultar uma solução para os preços do combustíveis e Sachsida de só seguir a mesma linha do ex-chefe

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Bloomberg — É crescente a irritação do presidente da Câmara, Arthur Lira, com os ministros da Economia, Paulo Guedes, e de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, que tentam a todo custo bloquear a edição de uma medida provisória para modificar a lei das estatais. Lira acusa Guedes de dificultar uma solução para os preços do combustíveis e Sachsida de só seguir a mesma linha do ex-chefe.

Para bloquear a MP -- que possibilitaria aumentar a ingerência do centrão sobre a Petrobras (PETR4; PETR3) -- a equipe econômica já concordou em ceder com medidas de forte apelo eleitoral como auxílio caminhoneiro, além de turbinar o Auxílio Brasil e o vale-gás.

Guedes também quer acelerar a entrada de Caio Paes de Andrade na Petrobras. Andrade recebeu do presidente Jair Bolsonaro a missão de segurar preços de combustíveis até a eleição.

Ministério de Lula

É consenso entre integrantes da campanha do PT que Aloizio Mercadante, coordenador do programa de governo do ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva, não deverá se tornar o chefe da equipe econômica caso o partido vença a disputa eleitoral. Falta a ele uma boa articulação com o Congresso, algo considerado essencial para o avanço da agenda econômica que Lula quer abraçar caso seja eleito. Além disso, Mercadante não representa uma visão econômica de centro.

Isso, no entanto, não quer dizer que ele não vá ter um papel na área. Se eleito, Lula vai desmembrar o Ministério da Economia, retomando a separação entre Fazenda, Planejamento e Desenvolvimento. Mercadante poderia ser o chefe do Planejamento, responsável por um amplo programa de investimentos públicos.

Estratégicos

Três aliados importantes de Lula no Nordeste também terão papel estratégico num eventual governo do ex-presidente. Os ex-governadores do Maranhão Flávio Dino, do Piauí Wellington Dias, e o senador Jaques Wagner estão participando da campanha, mas foram aconselhados a se recolher e falar menos. A ideia é preservar na briga eleitoral quem pode vir a comandar pastas essenciais como a Justiça, no caso de Dino, e a Casa Civil, no caso de Wagner. Dias, por sua vez, é um nome coringa para a articulação com os governadores.

Estratégia da campanha de Bolsonaro

A equipe de marketing da campanha de Bolsonaro vem reclamando da falta de proximidade com o presidente. Essa turma espera que o retorno do ex-secretário de comunicação do governo federal Fabio Wajngarten ao Palácio do Planalto sirva para fazer uma ponte mais sólida entre Bolsonaro e o núcleo profissional da campanha.

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