Marcelo Claure receberá US$ 94 milhões do SoftBank em indenizações e incentivos

Ex-COO do gigante de investimentos deixou o cargo em janeiro após divergências com o CEO e fundador Masayoshi Son

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Bloomberg — O ex-diretor de operações (COO) do SoftBank Marcelo Claure garantiu indenização e incentivos no valor estimado de US$ 94 milhões (cerca de R$ 490 milhões ao câmbio do dia) como parte de sua remuneração da gigante de investimentos em tecnologia.

Claure deixou o SoftBank em janeiro com indenizações totalizando 4,6 bilhões de ienes (US$ 34 milhões), informou a empresa em um documento na sexta-feira (24). Sua remuneração também inclui outros 8,1 bilhões de ienes - o valor estimado em março da parcela executiva em um programa de incentivo. Claure tem uma reivindicação de 30% do prêmio de incentivo aos funcionários para o fundo da América Latina do Vision Fund, que pode durar até 2029.

A saída de Claure pôs fim a um mandato que teve justamente na disputa por compensação pelo trabalho um de seus últimos momentos. Claure havia buscado mais autoridade e até US$ 1 bilhão em compensação em reconhecimento ao seu trabalho por parte do fundador Masayoshi Son.

Claure, de 51 anos, tornou-se um dos principais profissionais de confiança de Son depois de vender seu distribuidor de celulares para o SoftBank, chegando a COO em 2018. Ele era o guru operacional da empresa, ajudando a recuperar a operadora de telefonia móvel Sprint e a WeWork.

Claure também acumulou 7 milhões de ações da T-Mobile US, que adquiriu a Sprint, uma participação que agora vale cerca de US$ 957 milhões. O ex-COO devia US$ 515 milhões no final de março em um empréstimo que o SoftBank lhe concedeu para comprar 5 milhões de ações da T-Mobile em 2020, informou o documento de sexta-feira. O saldo do empréstimo vence em 2024.

A saída de Claure foi seguida por uma série de perdas de executivos de alto nível nos últimos meses. Michel Combes, que assumiu a responsabilidade de Claure pelo SoftBank Group International e era responsável pelo portfólio de operações e investimentos do SBGI, também deixará o cargo a partir de 30 de junho, informou a empresa nesta semana. Em abril, dois dos três sócios-gerentes do Latin America Fund da empresa - Paulo Passoni e Shu Nyatta - partiram para iniciar seus próprios projetos.

O SoftBank Vision Fund – o maior investidor do mundo em startups de tecnologia – está lutando para se recuperar em meio a uma queda nas avaliações de tecnologia em todo o mundo, o que resultou em uma perda recorde para a empresa no trimestre encerrado em março. Suas próprias ações caíram 33% em relação ao ano anterior, eliminando US$ 35 bilhões em valor.

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