Investidores correm para ações defensivas com medo de recessão, revela Goldman

Índice que inclui grandes nomes dos setores de tecnologia e de saúde subiu para uma máxima de mais de 18 meses

Investidores correm para ações defensivas com medo de recessão
Por Cormac Mullen e Abhishek Vishnoi
24 de Junho, 2022 | 10:41 AM

Bloomberg — Os investidores podem estar animados com os ganhos no mercado de ações americano desta semana, mas o rali parece mais uma corrida para apostas defensivas do que um ímpeto de apetite ao risco.

Um índice de ações defensivas do Goldman Sachs, que inclui grandes nomes do setor de tecnologia e saúde, subiu para uma máxima de mais de 18 meses em relação ao MSCI AC World Index à medida que os temores de uma recessão global superam a preocupação com a inflação altíssima. O indicador saltou mais de 4% esta semana, o dobro do aumento no índice global de ações.

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Brincando na defesa: Ações defensivas estão no maior patamar dos últimos 18 anos

Os investidores começam a considerar as consequências de um Federal Reserve que parece disposto a levar a maior economia do mundo à recessão para derrotar a inflação. O presidente Jerome Powell chamou seu compromisso de conter a alta de preços de “incondicional”, dando um impulso a refúgios como Treasuries e fornecendo um novo motivo para que ações defensivas tenham desempenho superior.

“A maior volatilidade nos mercados forçou os investidores a buscar estabilidade”, disse Manish Bhargava, gestor da Straits Investment Management em Singapura. Setores como elétricas e saúde podem continuar a ter bom desempenho, disse.

A queda nos rendimentos dos títulos foi particularmente útil para as ações de crescimento defensivas, que estavam sob pressão do aumento das taxas de juros, prejudicando as métricas de preço.

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Um posicionamento mais forte em ações defensivas em meio ao crescente medo de uma desaceleração também sugere que os mercados podem enfrentar dificuldades no curto prazo, especialmente ações cíclicas que tendem a se beneficiar de um fortalecimento econômico. As estimativas de lucros futuros das ações globais estão apenas a uma fração de suas máximas recentes, apesar das preocupações com a recessão.

Os fundos de ações sofreram o maior resgate líquido em nove semanas. Cerca de US$ 16,8 bilhões foram retirados na semana até 22 de junho, com os fundos de ações dos EUA sofrendo o primeiro resgate líquido em sete semanas, de US$ 17,4 bilhões, disse o Bank of America, com base em dados da EPFR Global.

“Os investidores estão mudando seu foco dos riscos de juros para os riscos de lucro. Isso pode aliviar um pouco a pressão sobre as ações de crescimento, mas continua sendo problemático para as cíclicas”, disseram estrategistas do Citigroup, incluindo Robert Buckland, em nota. “O valor defensivo parece desejável.”

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