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A inflação persistente nos Estados Unidos, que deve superar o crescimento econômico pelo menos até o primeiro semestre de 2023, aumenta as perspectivas de um mercado de baixa prolongado para as ações americanas.
“Os mercados de alta de ações nos EUA são tipicamente marcados por períodos em que a economia real cresce mais rápido que a inflação”, disseram os estrategistas de ações da BI Gina Martin Adams e Miguel Casper em um relatório. Se o oposto acontecer, “aumentará a perspectiva de um mercado em baixa de longo prazo para ações, no qual as métricas de preços permanecerão suprimidas e limitarão a tendência de valorização”.
Embora o sentimento baixista tenha ganhado força, os técnicos do mercado dizem que as ações dos EUA ainda não sofreram o tipo de queda que marca uma mínima. Parte do motivo é que os investidores em renda variável continuam a comprar nos EUA.
⚠️ Enquanto isso, a probabilidade da economia mundial sucumbir a uma recessão se aproxima de 50%, segundo economistas do Citigroup, à medida que os bancos centrais do mundo todo apertam a política monetária e a demanda por bens enfraquece.
⭕ Choques de oferta continuam a elevar a inflação e a reduzir o crescimento, enquanto os bancos centrais sobem vigorosamente as taxas de juros e a demanda do consumidor por bens diminui.
Na trilha dos Mercados
As conjecturas sobre a economia estão na ordem do dia. Nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, presta o seu segundo depoimento, desta vez à Câmara dos Representantes. Do outro lado do Atlântico, a Cúpula de Líderes da União Europeia também coloca as cartas da economia sobre a mesa.
🏦 Duras palavras. Ontem, ao fazer a sua declaração mais contundente sobre os riscos de contração econômica dos EUA, Powell fez disparar o sentido de alerta dos investidores. Ele reconheceu que uma recessão é “uma possibilidade” e que será “muito desafiador” engendrar um soft landing (pouso suave), o que significa desacelerar a economia de forma gradual enquanto se controla a inflação. Para hoje, espera-se que a fala de Powell não se destoe tanto daquela expressa ontem.
🇪🇺 Monotema global. Na cúpula dos líderes da União Europeia, os temas de destaque são (e como não?) o atual quadro econômico, a alta inflação, o próximo aumento das taxas de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) e o risco de recessão econômica.
🏭 Perdendo o fôlego. Na Europa, os indicadores de gerentes de compras PMI, que medem a temperatura do setor manufatureiro, desapontaram. Até agora, divulgaram seus PMIs a Alemanha, a França e a Zona do Euro. O bloco monetário mostrou hoje que as fábricas perderam força ao registrar um PMI de 52,0 em junho, contra os 53,8 esperados e 54,6 de maio. O indicador de serviços também se enfraqueceu neste mês: marcou 52,8, contra projeções de 55,5 e 56,1 da leitura anterior.
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (-0,15%), S&P 500 (-0,13%), Nasdaq Composite (-0,15%), Stoxx 600 (-0,70%), Ibovespa (-0,16%)
Os tambores de uma recessão americana ruflam cada vez mais altos: o presidente do Fed Jerome Powell falou pela primeira vez sobre a possibilidade de isso acontecer. Em um discurso ao Congresso, ele qualificou como “muito desafiador” o cenário de conseguir um pouso suave da economia.
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No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• PMIs para os EUA, Zona Euro, França, Alemanha, Reino Unido e Austrália
• EUA: Jerome Powell se pronuncia ante a Câmara dos Representantes, Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego, Transações Correntes/1T22, Estoque de Gás Natural, Atividade das refinarias de Petróleo - EIA, Resultados do Teste de Estresse Bancário do Fed
• Europa: Zona do Euro (Cúpula de Líderes da UE); Reino Unido (Dívida Líquida do Setor Público/Mai; Confiança do Consumidor GfK/Jun), França (Pesquisa em Empresas/Jun)
• Ásia: Japão (IPC/Mai)
• América Latina: Brasil (Relatório Trimestral de Inflação, Reunião do CMN); México (Vendas no Varejo/Abr), IPC); Argentina (Taxa de Desemprego, PIB/1T22)
• Bancos centrais: Boletim econômico do BCE. Discursos de Andrea Enria (BCE), Joachim Nagel (presidente do Bundesbank)
📌 E para a semana:
• Sexta-feira: Confiança do consumidor dos EUA medido pela Universidade de Michigan dos EUA
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