Bloomberg — O presidente Jair Bolsonaro está considerando aumentar o valor mensal pago a cerca de 18 milhões de famílias brasileiras pobres pelo Auxílio Brasil, enquanto as pesquisas de opinião mostram que sua campanha de reeleição não conseguiu diminuir a diferença com o ainda favorito Luiz Inácio Lula da Silva menos de quatro meses antes da votação.
A ideia é aumentar o pagamento para R$ 600 dos atuais R$ 400 até o final do ano, disse Carlos Portinho, líder do governo no Senado, a repórteres nesta quinta-feira (23). Para financiar o plano, o governo abandonaria a proposta de compensar as perdas de receita dos estados que concordam em eliminar o ICMS sobre itens como diesel e gás de cozinha, acrescentou.
O aumento dos preços dos combustíveis e a inflação acima de 11% ao ano estão no topo da lista de reclamações dos eleitores antes das eleições de outubro, com a maioria dos brasileiros culpando o presidente pelos problemas econômicos do país. Uma pesquisa divulgada pela Exame/Ideia hoje (23) mostrou que Bolsonaro não conseguiu reduzir a liderança de Lula mesmo depois que mais candidatos desistiram da disputa.
Aumentar a ajuda financeira aos pobres seria mais eficaz para reduzir a dor da inflação, já que muitos governadores são contra a redução do ICMS, uma de suas principais fontes de receita, disse Portinho.
Outra medida considerada pelo governo é dar um auxílio mensal de R$ 1.000 para cerca de 866.000 caminhoneiros autônomos e dobrar o valor do vale-gás pago às famílias de baixa renda até o final do ano.
As propostas contornariam a regra do Teto de Gastos do Brasil, que limita o crescimento dos gastos públicos à taxa de inflação, mas Coutinho disse que este é um “momento excepcional” que justifica fazê-lo.
O Ministério da Economia busca limitar os gastos além do Teto de Gastos a R$ 50 bilhões e calcula que o aumento do auxílio em dinheiro, sozinho, custaria R$ 22 bilhões.
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