Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.
Investidores de todas as partes e de todos os portes estão reposicionando seus portfólios segundo a perspectiva de juros mais altos e crescimento mais baixo: mais do que títulos públicos atrelados à inflação, é hora de apostar em outras formas de proteção. É o que defendem gestores da BlackRock, da Janus Henderson e da New Capital, três das maiores casas de investimentos do mundo.
Jasmine Fan, gestora de estratégia de investimento da BlackRock, casa que tem US$ 10 trilhões sob gestão, recomenda uma carteira composta por ativos da economia real, como do mercado imobiliário, papéis de infraestrutura e commodities. Na bolsa, ela opta por exportadoras e empresas de energia, menos vulneráveis ao aumento dos custos e da inflação.
Na renda fixa, Camila Astaburuaga, gestora de portfólio da New Capital, e Phil Gronniger, gestor de portfólio de renda fixa da Janus Henderson, consideram a grande oportunidade do momento os papéis de crédito privado tipo “investment grade” (com maior qualidade de crédito), sobretudo aqueles com vencimentos longos.
➡ Conheça os detalhes das estratégias de investimento e os cenários macroeconômicos projetados por estas três gigantes na gestão de recursos de terceiros.
Na trilha dos Mercados
Olhos e ouvidos atentos, hoje tem pronunciamento de Jerome Powell. O presidente do Federal Reserve (Fed) se tornou o centro das atenções no mercado financeiro global desde que o banco central apontou para um giro em sua política monetária. A brandura do passado deu lugar a uma ação enérgica, como aplicar o maior aumento de taxas nos EUA desde 1994. Tudo para debelar a maior inflação em quatro décadas.
🔴 Hoje, na dúvida sobre se o depoimento de Powell no Senado virá com surpresas na ofensiva contra a inflação, os investidores se retraem e derrubam os mercados de renda variável.
🗣️ Foco no Powell. Entre hoje e amanhã, o mandatário do Fed dará aos congressistas explicações sobre suas ações à frente do banco central norte-americano. Também falará da situação econômica da maior economia do mundo. A pressão dos políticos será evidente e Powell terá o desafio de transmitir o equilíbrio perfeito entre tranquilidade e pulso firme.
👀 Ver para agir. Diante da fala de Powell, o mercado opta pela cautela. Ainda não há consenso sobre o impacto das altas dos juros sobre a economia - muitos temem por uma recessão. Cada vez mais, diminuem as expectativas de que os bancos centrais consigam fazer um pouso suave neste ambiente de aperto monetário.
⛈️ Prognósticos pessimistas. O ceticismo predomina e enevoa as perspectivas para os ativos de risco em um ano de queda acentuada nos mercados. Os estrategistas do Morgan Stanley e do Goldman Sachs Group alertaram que as ações poderiam cair ainda mais.
🇪🇺 Na Europa… Especialistas em economia europeia concordam que a incerteza aumentou, mas não esperam que o continente sofra uma estagflação semelhante à dos anos 70, de acordo com uma pesquisa do Banco Central Europeu.
🐎 Mas a inflação ainda galopa. No Reino Unido, a inflação se acelerou para uma nova alta de quatro décadas e está se espalhando para além dos custos de energia, mostram dados divulgados esta manhã. Os preços ao consumidor subiram 9,1% em maio, atingindo uma nova alta de 40 anos.
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrial (+2,15%), S&P 500 (+2,45%), Nasdaq Composite (+2,51%), Stoxx 600 (+0,35%), Ibovespa (-0,17%)
As ações tiveram nova jornada de respiro, depois da venda massiva da semana passada em reação a um discurso mais duro do Fed. O sentimento desta semana é ajudado pelos comentários otimistas do presidente Joe Biden de que uma recessão norte-americana poderia ser evitada. Porém, as perspectivas continuam turvas para os investidores, que avaliam se o mercado chegou ou não ao fundo do poço.
→ Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados.
No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Depoimento semestral do presidente do Fed Jerome Powell no Senado (10h30 de Brasília). Pedidos de Hipotecas MBA; Pedidos de Refinanciamento Hipotecário; Estoques de Petróleo Bruto Semanal API
• Europa: Zona do Euro (Confiança do Consumidor/Jun); Reino Unido (IPC e IPP/Mai; Índice de Preços no Varejo/Mai)
• Ásia: Japão (PMI Industrial e de Serviços/Jun)
• América Latina: Argentina (Balança Comercial/Mai)
• Bancos centrais: Minuta de política monetária do Banco do Japão (BoJ). Reunião de política não monetária do BCE. Discursos de Luis de Guindos e Frank Elderson (BCE), Sabine Mauderer (Bundesbank), Patrick Harker e Thomas Barkin (FOMC/Fed)
📌 E para a semana:
• Quinta-feira: Powell se pronuncia ante a Câmara dos Representantes. Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego. PMIs para a Zona Euro, França, Alemanha, Reino Unido e Austrália. Boletim econômico do BCE
• Sexta-feira: Confiança do consumidor dos EUA medido pela Universidade de Michigan dos EUA
Destaques da Bloomberg Línea
• Unicórnios da América Latina são avaliados bem acima de suas receitas
• Multiplan tem venda recorde, mas crescer portfólio só após ‘tempestade’, diz CEO
• QuintoAndar define prioridades e inicia expansão regional com operação no México
• Vale do Silício deixa mulheres negras para trás em paridade salarial
→ E mais na versão e-mail do Breakfast:
• Também é importante: • Ebanx demite 20% dos funcionários e cita cenário macro como razão • Elon Musk deixa dúvidas sobre Twitter e alerta para recessão nos EUA • Aceno ao mercado? Campanha de Lula vai propor alternativa ao teto de gastos • Menos techs, mais blue chips: brasileiro muda carteira diante de alta dos juros
• Opinião Bloomberg: A lição mais valiosa que o Príncipe Charles deveria aprender com sua mãe
• Pra não ficar de fora: Beyoncé lança música para anseios dos millennials: é hora de pedir demissão?