Vale do Silício deixa mulheres negras para trás em paridade salarial

Diferença salarial para mulheres afro-americanas aumentou para US$ 0,92 para cada US$ 1 que um homem branco ganhou em 2021

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Bloomberg — Com um número recorde de iniciativas de diversidade e inclusão entre as corporações americanas, o Vale do Silício viu a diferença salarial diminuir para todos os grupos minoritários, exceto um: as mulheres negras.

A diferença salarial para mulheres afro-americanas aumentou para US$ 0,92 para cada US$ 1 que um homem branco ganhou em 2021, contra US$ 0,94 um ano antes, de acordo com um novo relatório da Hired, um mercado online de empregos em tecnologia.

Embora a situação tenha melhorado para alguns grupos, as trabalhadoras de tecnologia de todas as raças ainda ganham menos do que os homens, com salários mais baixos para mulheres negras e hispânicas.

No ano passado, 26,2% das pessoas que trabalhavam em ocupações de computação e matemática em 2021 eram mulheres e 8,5% eram negros, de acordo com o Bureau of Labor Statistics dos EUA. Apenas cerca de um em cada cinco candidatos de tecnologia que usaram a plataforma Hired em 2021 se identificaram como mulheres, segundo o estudo divulgado nesta terça-feira (21).

Apenas candidatos do sexo masculino foram entrevistados para mais de um terço dos cargos de tecnologia, e as mulheres tinham 13% menos chance de serem chamadas para uma entrevista, em média, em comparação com os candidatos do sexo masculino. Para cargos baseados em lugares como Seattle, Boston e Denver, a probabilidade de serem entrevistadas era mais de 20% menor.

As empresas de tecnologia enfrentam reivindicações de mais diversidade, equidade e iniciativas de inclusão, e um mercado de trabalho forte nos EUA dá aos trabalhadores poder de barganha adicional. Embora empresas como Google da Alphabet (GOOG), Twitter (TWTR) e Snap (SNAP) recentemente tenham se unido para fortalecer a oferta de trabalhadores sub-representados no Vale do Silício, ainda é difícil observar avanços no setor de tecnologia.

Alguns grupos foram capazes de diminuir ou mesmo fechar a diferença salarial. Homens hispânicos e mulheres asiáticas diminuíram as discrepâncias em 3 centavos por dólar em 2021, e agora estão mais perto da paridade. No entanto, os homens asiáticos, que já ganhavam mais do que seus colegas brancos em média no ano passado, aumentaram a diferença e agora ganham US$ 1,05 para cada dólar que um homem branco ganha.

O relatório analisou quase 820.000 solicitações de entrevistas e ofertas de emprego facilitadas pela Hired de janeiro de 2018 a dezembro de 2021, incluindo mais de 3.900 empresas participantes e 120.000 candidatos a emprego nos EUA, Reino Unido e Canadá.

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