Se avizinha o fim da tempestade?

Também no Breakfast: Mercados voltam do feriado nos EUA no azul; Quais países mais guardaram dinheiro durante a pandemia e CSN se prepara para fazer oferta pela Samarco

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Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

A liquidação que levou as ações dos EUA a afundarem em um mercado de baixa na semana passada em meio a dados de inflação aquecida e um aumento de juros agressivo do Federal Reserve provavelmente diminuirá no segundo semestre, acredita o JPMorgan.

“A previsão de pico de agressividade do Fed foi adiada, mas não foi abandonada, para o segundo semestre”, estrategistas liderados por Mislav Matejka escreveram em nota. Eles também esperam que as pressões inflacionárias diminuam no segundo semestre.

Os mercados de ações dos EUA e da Europa estão agitados desde abril, com inflação persistentemente alta e bancos centrais agressivos aumentando a perspectiva de recessão. A liquidação levou os estrategistas de Wall Street a cortarem as previsões de fim de ano para o S&P 500 - eles esperam que o índice se recupere, terminando o ano com queda de apenas 3%, segundo o último levantamento da Bloomberg.

Embora o chamado gráfico de pontos do Fed ainda sugira um ritmo agressivo de aumentos, “se o Fed começar a cumprir as expectativas, em vez de surpreender no lado da alta, isso pode ajudar bastante a estabilizar o sentimento do mercado”, disseram os estrategistas.

🇧🇷 Enquanto isso, no Brasil, os investidores estrangeiros elevaram as apostas contra o real ao maior nível em mais de um ano, diante do aumento da incerteza sobre a trajetória das contas públicas e da deterioração da demanda global por ativos de risco. Os não-residentes agora carregam posição comprada em dólar de US$ 32,1 bilhões, segundo dados da B3 sobre derivativos cambiais.

Na trilha dos Mercados

Os mercados aproveitam para um respiro nesta terça-feira pós-feriado nos Estados Unidos. Bolsas da Europa, futuros de índices norte-americanos e a imensa maioria das asiáticas - a manhã é azul entre os ativos. Mas a dose de cautela continua, pelo cenário macroeconômico conturbado e pelas declarações, programadas para amanhã e quinta-feira, do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, ante o Congresso dos EUA.

Mesmo com as cotações inclinando-se para o campo positivo, se mantêm a inconstância dos mercados e as preocupações em torno do jogo de forças entre inflação elevada + alta dos juros + ritmo de crescimento econômico.

Incerteza (ainda) no ar. Vários executivos, do CEO da Tesla, Elon Musk, passando por Nouriel Roubini e por Bob Diamond, da Atlas Merchant Capital, advertiram esta terça do risco de recessão durante o segundo Fórum Econômico Anual de Qatar. “Uma recessão (nos EUA) é inevitável em algum momento, sobre se haverá uma recessão no curto prazo, o mais provável é que não”, disse Musk a John Micklethwait, redator-chefe da Bloomberg News.

Já Roubini, conhecido por suas opiniões desalentadoras para os mercados, prognosticou uma recessão para os EUA no final do ano, enquanto Diamond afirmou que esse destino é quase inevitável.

Alerta também entre as instituições. O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, advertiu ontem que as expectativas de inflação dos EUA poderiam se desvanecer “sem uma ação crível do Fed”. Já o ex-secretário do Tesouro Lawrence Summers argumentou que a taxa de desemprego do país precisaria subir acima de 5% por um período sustentado para conter a pressão sobre os preços. Mas o presidente dos EUA, Joe Biden, depois de uma conversa telefônica com Summers, tratou de transmitir sua sensação de que a recessão seria algo evitável.

Apertem os cintos. O economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE), Huw Pill, disse hoje que os responsáveis pela política monetária do Reino Unido sacrificariam o crescimento econômico com vistas a reduzir a inflação. Segundo ele, existe o risco de os preços desenvolverem um “impulso autossustentável”. Pill disse que será necessário um aperto monetário ainda mais intenso nos próximos meses, e o BoE estaria pronto para agir “de forma mais agressiva”.

🟢 As bolsas ontem: Feriado nos EUA, Stoxx 600 (+0,96%) , Ibovespa (+0,03%)

As bolsas norte-americanas não abriram na segunda-feira devido a feriado. Os contratos S&P 500 ganharam cerca de 1,1%, após a pior semana para o indicador desde o início da pandemia. Os futuros Nasdaq 100 também subiram em torno de 1,1%.

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No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Índice de Atividade Nacional Fed Chicago/Mai, Vendas de Casas Usadas/Mai

Europa: Zona do Euro (Transações Correntes/Abr)

América Latina: Brasil (Ata do Copom ); Argentina (Balanço Orçamentário/Mai)

Bancos centrais: Atas da Reunião de Política Monetária do Banco do Japão (BoJ). Discursos de Thomas Barkin e Loretta Mester (FOMC/Fed), Andre Enria (BCE), Sabine Mauderer (Bundesbank), Silvana Tenreyro e Huw Pill (BoE)

📌 E para a semana:

Quarta-feira: Testemunho semestral do presidente do Fed Jerome Powell no Senado. Minuta de política monetária do Banco do Japão (BoJ)

Quinta-feira: Powell se pronuncia ante a Câmara dos Representantes. Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego. PMIs para a Zona Euro, França, Alemanha, Reino Unido e Austrália. Boletim econômico do BCE

Sexta-feira: Confiança do consumidor dos EUA medido pela Universidade de Michigan dos EUA

Destaques da Bloomberg Línea

Petrobras terá CEO interino até a aprovação de nomeado por Bolsonaro

CSN se prepara para fazer oferta pela Samarco: Fontes

Chile: como foram os 100 primeiros dias de Gabriel Boric no poder

Gabriel Medina rema contra a maré e cria fundo para investir em startups

E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante: • Por que a XP decidiu apostar em uma conta digital que nem a dos grandes bancos • Quais países mais guardaram dinheiro durante a pandemia • Bancos repensam IPOs e outras ofertas de ações diante do risco de recessão • Liquidação na B3 abre oportunidade em ações de agro; BofA aponta as preferidas

• Opinião Bloomberg: Populismo não vai resolver problemas da Colômbia

• Pra não ficar de fora: Quem é Francia Márquez, a primeira mulher negra na vice-presidência da Colômbia

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe