Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.
A semana começa com investidores atentos ao que acontece em Brasília. O reajuste nos preços dos combustíveis anunciado pela Petrobras (PETR3, PETR4) na sexta-feira (17) causou reações não só do presidente Jair Bolsonaro, como já se tornou recorrente, mas também no Congresso.
O assunto, ao que tudo indica, deve continuar a repercutir no mercado ao longo desta semana. As ações da petrolífera caíram de 6% a 7% na sexta-feira com especulações sobre medidas que deputados poderiam aprovar, como uma cobrança extraordinária de tributos em cima das atividades da companhia.
⛽ O presidente da Câmara, Artur Lira (PP-AL), disse no Twitter que convocaria uma reunião para esta segunda-feira (20) para discutir meios de investigar e conter novos reajustes de combustíveis pela Petrobras. O encontro foi convocado de última hora e teve o apoio de Bolsonaro. Um novo tributo seria uma dessas medidas.
Na última sexta, o tema também foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), com o ministro André Mendonça determinando em decisão liminar que os Estados unifiquem a alíquota do ICMS que cobram de combustíveis em todo o território nacional a partir de 1º de julho.
⚖️ Se por um lado o Legislativo avançou com o projeto que desonera o ICMS do diesel e do gás e zera o PIS/Cofins e a Cide da gasolina e do etanol, há também a avaliação de que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) demora para investigar eventuais abusos da Petrobras.
Segundo líderes do Centrão, a autarquia de defesa da concorrência já deveria ter dado algum passo concreto nos processos envolvendo a estatal. A pressão dos líderes no Congresso não é exatamente só sobre o Cade, mas há uma irritação crescente com a forma de atuação do Tribunal de Contas da União (TCU), que teria se tornado excessivamente político e menos técnico.
➡ Saiba mais sobre a pressão sobre o Cade para conter os reajustes da Petrobras.
Na trilha dos Mercados
Hoje os mercados à vista nos Estados Unidos estarão fechados por feriado e, para a semana, a agenda macroeconômica não tem previstos indicadores “bombásticos”. O destaque da agenda dos mercados será o comparecimento do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, ante o Congresso (quarta e quinta-feira).
🗣️ Efeito-Powell. Ele dará aos congressistas explicações sobre suas ações à frente do banco central norte-americano e sobre a situação econômica, algo que deve inspirar cautela aos mercados. Qualquer declaração do mandatário do Fed será ouvida com máxima atenção. O Fed está determinado em frear a inflação com o uso das taxas de juros. Na semana passada, aplicou ao custo do dinheiro o maior aumento de taxas nos EUA desde 1994.
🚨 O dilema. Ainda que a determinação em conter a inflação galopante seja bem-vinda pelo mercado, acende o sinal de alerta porque subidas muito intensas dos juros desferem um golpe para bolsas e bônus e podem esfriar a economia excessivamente rápido, provocando eventualmente uma recessão.
💶 A dívida europeia no foco. Na Europa, as bolsas acompanham hoje o pronunciamento da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, que terá de responder ao Parlamento Europeu perguntas sobre os mecanismos da autoridade monetária para evitar a fragmentação no mercado de dívida do bloco.
➡ Leia também: Ata do Copom e Powell no Congresso: 5 eventos para o mercado na próxima semana
🟢 As bolsas na sexta-feira: Dow Jones Industrial (-0,13%), S&P 500 (+0,22%), Nasdaq Composite (+1,43%), Stoxx 600 (+0,09%), Ibovespa (-2,90%)
Os mercados acionários dos EUA tomaram um respiro no fechamento em meio a uma sessão volátil, pois os investidores continuaram a pesar a possibilidade de uma recessão na maior economia do mundo. O S&P 500 oscilou entre perdas e ganhos durante a sessão e, apesar de terminar o dia no azul, encerrou a semana em seu nível mais baixo desde janeiro de 2021 e terminou com o maior declínio semanal desde março de 2020. Também pesou na sessão o vencimento de opções no evento trimestral conhecido como “Triple Witching”, quando três classes de ativos expiram simultaneamente.
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No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• Feriados: Estados Unidos (Juneteenth), Argentina, Colômbia
• Europa: Zona do Euro (Produção do Setor de Construção/Abr); Alemanha (IPP/Mai)
• América Latina: Brasil (Boletim Focus); México (Gastos Privados, Demanda Agregada/1T22)
• Bancos centrais: Discursos de Christine Lagarde (presidente do BCE), James Bullard (FOMC/Fed), Joachim Nagel (presidente do Bundesbank, o banco central da Alemanha), Philip Lane (BCE), Fabio Panetta (BCE). Relatório mensal do Bundesbank
📌 E para a semana:
• Quarta-feira: Testemunho semestral do presidente do Fed Jerome Powell no Senado. Minuta de política monetária do Banco do Japão (BoJ)
• Quinta-feira: Powell se pronuncia ante a Câmara dos Representantes. Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego. PMIs para a Zona Euro, França, Alemanha, Reino Unido e Austrália. Boletim econômico do BCE
• Sexta-feira: Confiança do consumidor dos EUA medido pela Universidade de Michigan dos EUA
Destaques da Bloomberg Línea
• Colômbia elege Gustavo Petro, líder de esquerda, como novo presidente
• Recessão fará trabalhador voltar ao escritório, prevê bilionário do setor
• A vez do delivery? La Guapa e Arturito dobram a aposta na refeição presencial
• O tamanho do crescente mercado de armas para pessoas físicas no Brasil
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