Liquidação na B3 abre oportunidade em ações de agro; BofA aponta as preferidas

Banco americano aponta nomes no setor de alimentos e agronegócio considerados com preços atrativos na Bolsa brasileira

Ações da gigante de proteínas são as preferidas do BofA no setor de alimentos na América Latina
20 de Junho, 2022 | 03:59 PM

Bloomberg Línea — Em meio à liquidação dos mercados, com queda da ordem de 5% do Ibovespa no ano, diante das preocupações com a forte inflação e menor crescimento econômico, algumas empresas de boa qualidade que caíram forte podem surgir como oportunidade para os investidores em busca de barganhas na Bolsa.

Em relatório publicado em 14 de junho, o Bank of America (BAC) destaca seus nomes preferidos na Bolsa brasileira dentro do setor de agronegócio e alimentos que, segundo os analistas, justificam a compra no cenário atual. São eles: JBS (JBSS3), Raízen (RAIZ4), SLC Agrícola (SLCE3) e 3tentos (TTEN3).

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A casa tem posição neutra nas ações de São Martinho (SMTO3), Marfrig (MRFG3), BRF (BRFS3), Minerva (BEEF3), Camil (CAML3) e Ambev (ABEV3), e posição underperform (performance abaixo da média do mercado) para os papéis de M. Dias Branco (MDIA3) e Jalles Machado (JALL3).

Confira, a seguir, as principais justificativas para as escolhas:

JBS (JBSS3)

Em junho, as ações da JBS caem 8% até sexta-feira (17), menos que pares brasileiros de proteína. Na avaliação do BofA, o melhor desempenho da companhia ante pares é justificável, diante da forte exposição do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da companhia ao dólar, que se apreciou ante o real no período. Uma maior diversificação do portfólio da empresa em termos de produtos e geografia também justifica, segundo os analistas Isabella Simonato, Guilherme Palhares e Fernando Olvera, que assinam o relatório.

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As ações JBSS3 são as preferidas do BofA no segmento de alimentos na América Latina. O banco estima um preço-alvo de R$ 67 para as ações da empresa, o que implica alta de 104,64% ante o fechamento de sexta (17).

Raízen (RAIZ4)

“Preocupações com a possível pressão sobre os preços do etanol com a redução do ICMS sobre a gasolina vêm afetando o setor, mas acreditamos que a Raízen deve ser a menos afetada por essa medida, dado seu mix de clientes de etanol e o impacto positivo da redução de impostos na distribuição de combustíveis”, escrevem os analistas no relatório. No mês, as ações RAIZ4 caem 17,13%, ante baixa de 12,90% de São Martinho (SMTO3).

Com recomendação de compra para as ações, o BofA estima um preço-alvo de R$ 11 para RAIZ4, o que implica upside de 116,54%.

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SLC Agrícola (SLCE3)

Por mais que as ações tenham tido desempenho melhor que o mercado, com baixa de 4,12% em junho, o BofA ainda vê um ponto de entrada nos papéis da companhia. “Os preços dos grãos em junho estão em baixa, para uma média de um dígito em dólares, enquanto o real desvalorizou 8% no período. Além disso, alguns preços de fertilizantes desaceleraram recentemente, implicando um cenário favorável para o faturamento da empresa em 2023″, escreve o banco.

A ação está sendo negociada a 11% o retorno do fluxo de caixa livre em 2022. O banco estima um preço-alvo de R$ 60 para as ações de SLC Agrícola, o que implica valorização de 14,09% ante o último fechamento.

3tentos (TTEN3)

A empresa que produz sementes, recebe, comercializa e industrializa grãos opera em baixa de 10,83% no mês, queda um pouco acima da do Ibovespa, que cede 10,35%. Os analistas do BofA dizem ver forte potencial de alta para as ações da 3tentos, dado que esperam um crescimento de 62% a 35% do Ebitda entre 2022 e 2023 diante de preços mais elevados das commodities e expansão da companhia nos estados do Rio Grande do Sul e Mato Grosso.

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O BofA estima um preço-alvo de R$ 18 para as ações da companhia, o que implica upside de 110,28%.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.