Recessão econômica à vista?

Também no Breakfast: Manhã de bonança nos mercados, que hoje têm vencimento massivo de opções; Por que o Itaú decidiu demitir quase 300 funcionários na Colômbia? e Classe executiva, menu degustação e advogado: a inflação dos super-ricos

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Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Uma questão que tomou conta do mercado nas últimas semanas é se os preços dos ativos já incorporam o cenário de juros mais altos e uma possível recessão nos Estados Unidos. A julgar pela reação dos investidores na quinta-feira (16), no “day after” das últimas sinalizações do Fed, ainda há um caminho considerável pela frente.

📉 Em Wall Street, o índice S&P 500 fechou no menor patamar desde dezembro de 2020, enquanto o Nasdaq 100, de ações de tecnologia, afundou 4%, com o mercado digerindo um banco central americano mais agressivo e persistente em sua luta contra a inflação. Já o MSCI Brazil Capped ETF (EWZ), principal ETF dos ADRs (as ações de empresas brasileiras negociadas nos EUA) brasileiros caíram 4,4%.

Os riscos de recessão deixaram de ser uma possibilidade remota para se tornarem um cenário provável, segundo um número crescente de avaliações. De acordo com o JPMorgan, o S&P 500 sugere agora uma chance de 85% de recessão nos EUA, diante de temores de um erro de política monetária por parte do Fed.

⬆️ Na quarta-feira (15), o banco central americano elevou a taxa de juros no país em 0,75 ponto percentual, para um intervalo entre 1,5% e 1,75%, no primeiro e maior aumento desta magnitude desde 1994. O presidente Jerome Powell afirmou que a incerteza permanece elevada, assim como a inflação, deixando abertas as portas para um aumento de 0,50 ou de 0,75 ponto no próximo encontro, em julho.

As preocupações com o aumento das taxas de juros não são exclusivas dos EUA. Na Europa, o lendário investidor Ray Dalio, da Bridgewater Associates, tornou-se o player com a maior aposta na queda das ações na região diante do cenário de aperto monetário – o primeiro em uma década. Ele montou uma posição de US$ 5,7 bilhões como short seller, ou seja, com apostas na desvalorização dos papéis europeus.

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Na trilha dos Mercados

Depois das perdas amargadas nas últimas sessões, os mercados da Europa e dos Estados Unidos ensaiam alguma recuperação. Porém, a volatilidade ditará o rumo das operações, que hoje se verão afetadas pelo vencimento de opções nos dois lados do Atlântico.

🌪️ Mais volume, mais volatilidade. Nos Estados Unidos, o vencimento de opções movimentará US$ 3,5 trilhões no evento trimestral conhecido por “Triple Witching”. Na “hora da bruxa” - no caso do EUA em dose tripla, já que três clases de ativos vencem simultaneamente - é de se esperar que as oscilações sejam atípicas e que haja um grande giro financeiro em um curto espaço de tempo. Isto ocorre porque as carteiras que lastreiam estes derivativos têm de ser liquidadas, ou renovadas, quando os contratos de opções expiram. Na Europa, a hora bruxa será quádrupla, envolverá também futuros sobre ações.

😎 BoJ “diferentão”. Enquanto todos os grandes bancos centrais capricharam no seu discurso “hawkish” contra a inflação, ou seja, aplicando ou sinalizando aumentos mais expressivos dos juros para esfriar o consumo, esta madrugada o Banco do Japão (BoJ) manteve inalterado o custo do dinheiro.

🌊 Onda de aperto. O BoJ desafia a onda global de aperto monetário numa semana em que houve aumento de taxas por vários bancos centrais ao redor do globo: Fed (que aplicou o maior aumento de taxas nos EUA desde 1994), do Banco da Inglaterra (agora com a maior taxa em 13 anos), os bancos centrais de Hong Kong (a terceira subida este ano), da Suíça (+0,50 ponto) e do Brasil (com os juros no maior patamar desde dezembro de 2016)

🌊 Onda de aperto. O BoJ desafia a onda global de aperto monetário numa semana em que houve aumento de taxas por vários bancos centrais ao redor do globo: Fed (que aplicou o maior aumento de taxas nos EUA desde 1994), do Banco da Inglaterra (agora com a maior taxa em 13 anos), os bancos centrais de Hong Kong (a terceira subida este ano), da Suíça (+0,50 ponto) e do Brasil (com os juros no maior patamar desde dezembro de 2016)

🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrial (-2,42%), S&P 500 (3,25%), Nasdaq Composite (-4,08%), Stoxx 600 (-2,47%), Ibovespa (Feriado)

A recuperação do mercado norte-americano durou pouco e as perdas retornaram, com as ações de tecnologia entre as mais atingidas. Embora o mercado tenha saudado o compromisso do Fed de combater a inflação, prevalecem os temores de uma recessão econômica. Também pesa no ânimo do mercado a agressividade do Banco Central Europeu, que abriu caminho para um aumento das taxas, e do Banco da Inglaterra, que empurrou sua taxa de referência para o nível mais alto desde 2009. O S&P 500 fechou com a pior pontuação desde dezembro de 2020.

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No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

Feriado: Argentina

EUA: Índice do Conference Board de Indicadores Antecedentes dos EUA/Mai, Produção Industrial/Mai, Utilização da Capacidade Instalada/Mai

Europa: Zona do Euro (IPC/Mai)

Ásia: Hong Kong (Taxa de Desemprego/Mai)

América Latina: Brasil (IBC-Br/Mar)

Bancos centrais: Decisão sobre juros do Banco do Japão. Relatório de Política Monetária do Fed. Boletim Trimestral do BoE. Discurso de Huw Pill e de Silvana Tenreyro (BCE)

Destaques da Bloomberg Línea

Por que o Itaú decidiu demitir quase 300 funcionários na Colômbia?

Classe executiva, menu degustação e advogado: a inflação dos super-ricos

Fim do home office e demissões: os bastidores da 1ª reunião de Elon Musk no Twitter

CEO da Amazon: empregados sindicalizados têm relação mais difícil com gerentes

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe