CEO da Amazon: empregados sindicalizados têm relação mais difícil com gerentes

Para Andy Jassy, que substituiu Jeff Bezos há um ano, trabalhadores sem vínculo sindical podem negociar diretamente com seus superiores

Andy Jassy, CEO da Amazon, no evento Bloomberg Technology Summit, em São Francisco, na Califórnia
16 de Junho, 2022 | 10:59 AM

São Francisco — O CEO da Amazon (AMZN), Andy Jassy, disse que é muito mais difícil para os trabalhadores sindicalizados terem relações diretas com os gerentes. A frase foi dita no evento Bloomberg Tech Summit, realizado em São Francisco, nos Estados Unidos, na semana passada. A Amazon é um dos maiores empregadores do setor privado e, durante a pandemia, viu parte de seus trabalhadores se sindicalizarem, um movimento que agora atingiu os funcionários da Starbucks nos Estados Unidos.

Os funcionários podem escolher se sindicalizar ou não. Achamos que eles são melhores sem sindicatos porque podem ter um relacionamento rápido com seu gerente”, disse Jassy. “Se você vir algo, não pode ir diretamente ao gerente para pedir mudanças quando há um filtro do sindicato. Preferimos ouvir de cada funcionário diretamente o que está acontecendo”, disse.

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Jassy, que teve Jeff Bezos como chefe por mais de duas décadas, agora tem quase um ano no cargo de CEO da gigante de tecnologia. “Jeff sempre estará envolvido”, disse. “Temos um relacionamento próximo, compartilhamos os mesmos valores sobre os clientes e ainda conversamos o tempo todo.”

A Amazon perdeu recentemente seu executivo Dave Clark, ex-vice-presidente de operações mundiais, que deixou a empresa depois de mais de duas décadas para ser o novo CEO de uma startup de cadeia de suprimentos. “Pessoas diferentes querem fazer trabalhos diferentes. Ele queria um trabalho diferente agora”, comentou Jassy.

O CEO não está enfrentando um período fácil para administrar a empresa, algo que se reflete nas ações da Amazon, em queda significativa desde seu pico no ano passado, em um ambiente mais adverso para as gigantes de tecnologia. “Eu nunca tentei prever ações. Não há como controlar isso. Nesse tipo de circunstância, você precisa se concentrar no que é importante para os clientes”, disse, citando a música ‘Congregation’ do Foo Fighters. “Tenho fé cega, mas não tenho falsas esperanças.

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Enquanto a inflação eleva os custos da Amazon, Jassy diz que, em meio a crises, os clientes mudam seus hábitos de compra, selecionando com mais cuidado quando e de quem estão comprando. “Eles compram de quem tem uma melhor experiência de usuário. Nas crises, temos muitas coisas que podemos fazer melhor para os clientes”, afirmou.

Usuários Prime

Enquanto a Netflix anuncia demissões, o CEO da Amazon disse estar otimista sobre o mercado de streaming e investimentos para o Prime Video. “Também estamos empolgados com o que estamos fazendo com a MGM”, contou.

O Prime Video é um dos principais serviços oferecidos aos assinantes Prime. A Amazon realizará seu Prime Day, seu evento de vendas de dois dias, nos dias 12 e 13 de julho, com ofertas para membros Prime de 24 países, incluindo Brasil – que está na terceira edição do evento – e México.

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O evento será realizado na Polônia e na Suécia pela primeira vez. Ainda neste mês, Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Índia também terão seu primeiro Prime Day.

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Isabela  Fleischmann

Jornalista brasileira especializada na cobertura de tecnologia, inovação e startups