Fed eleva juros em 75 pontos base, maior alta desde 1994; ações sobem

A taxa dos Fed Funds foi elevada para o intervalo entre 1,5% e 1,75% diante da inflação mais alta em quatro décadas; integrantes sinalizam juro em 3,4% no fim do ano

El edificio de la Reserva Federal
15 de Junho, 2022 | 03:06 PM

Bloomberg Línea — O Federal Reserve, o banco central americano, acaba de elevar nesta quarta-feira (15) a taxa de juros dos Estados Unidos em 75 pontos base, para o intervalo entre 1,5% e 1,75%.

Na primeira hora depois da decisão, os principais índices de ações de Nova York, o S&P 500 e o Nasdaq, intensificaram os ganhos do dia. Às 15h50, subiam 1,30% e 2,20%, respectivamente. O Ibovespa tem alta superior a 1%, acima da marca dos 103 mil pontos e do patamar em que estava antes do anúncio.

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Este é o segundo aumento consecutivo, de forma a conter a forte pressão inflacionária no país. As apostas de um aperto monetário mais agressivo cresceram depois que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) divulgado na sexta-feira passada (10) mostrou um salto maior nos preços em maio do que as projeções de mercado apontavam. O CPI avançou 8,6% na comparação anual.

O Federal Reserve sinalizou no comunicado que continuará o aperto agressivo neste ano com medidas drásticas para conter a inflação desenfreada que não consegui prever.

Os integrantes do FOMC, o Comitê Federal de Mercado Aberto, projetam um aumento das taxas para 3,4% até o fim do ano, o implica mais 1,75 ponto percentual de aperto ainda em 2022.

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A estimativa mediana das autoridades monetárias ficou em um pico de 3,8% em 2023, e cinco autoridades preveem uma taxa acima de 4%; a projeção mediana de março era de 1,9% neste ano e 2,8% no próximo. Operadores de mercado apostavam em um pico de cerca de 4% antes de a decisão ser divulgada.

O Fed reiterou que vai encolher seu enorme balanço patrimonial em US$ 47,5 bilhões por mês – uma medida que entrou em vigor em 1º de junho – e aumentará o ritmo mensal para US$ 95 bilhões em setembro.

O Comitê Federal de Mercado Aberto “antecipa que os aumentos contínuos na meta de juros serão apropriados”, disse em comunicado nesta quarta depois de uma reunião de dois dias em Washington. “O comitê está fortemente comprometido em retornar a inflação ao seu objetivo de 2%.”

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Em sua última reunião, em maio, o Fed havia elevado as taxas em meio ponto percentual, para a faixa entre 0,75% e 1%.

A última vez que a autoridade monetária dos EUA havia aumentado os juros em 0,75 ponto percentual havia sido em 1994.

De olho em Powell

Os mercados aguardam agora o discurso do presidente do Fed Jerome Powell, às 15h30 (horário de Brasília), em busca de novas pistas sobre o caminho da política monetária nos EUA e diante de preocupações com uma recessão.

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Nas últimas comunicações do banco central americano, Powell já havia sinalizado que a alta inflação no mundo, que impacta as cadeias globais de suprimentos, e o recente estouro da guerra da Ucrânia, que deve piorar ainda mais o cenário, seriam justificativas para a elevação da taxa.

Mais tarde, aqui no Brasil, será a vez de o Banco Central definir a nova taxa básica de juros, com expectativa de aumento de meio ponto percentual na Selic, para 13,25% ao ano.

-- Matéria em atualização.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.