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Bloomberg — A queda que eliminou cerca de dois terços do valor do bitcoin ajudou a exacerbar a crise da dívida de El Salvador, até então o país mais aberto às criptomoedas do mundo.
Desde que El Salvador aprovou o bitcoin como moeda legal, um ano atrás, o país teve uma queda de quase US$ 56 milhões em suas reservas no criptoativo, segundo cálculos da Bloomberg. Isso pode não parecer muito, mas, para um país com problemas financeiros como El Salvador, tudo conta.
A perda de valor representa mais da metade do que o governo do presidente Nayib Bukele gastou para comprar os 2.301 bitcoins, divulgados por meio de uma publicação no Twitter. A criptomoeda caía pela nona sessão consecutiva nesta quarta-feira (15), na maior sequência de perdas desde 2014.
Ainda assim, o declínio brutal não parece ter intimidado o presidente do país, que deu a entender em um tweet na terça-feira (14) que o momento de queda pode representar uma oportunidade de compra.
“Você está me dizendo que devemos comprar mais bitcoin?”
— Nayib Bukele (@nayibbukele), 14 de junho de 2022
Com base nas publicações do próprio presidente, o país comprou pela última vez 500 Bitcoins, há pouco mais de um mês.
O momento destaca um risco significativo para investidores e ressalta a questão da dívida do país da América Central, que tem sido arrastada por preocupações em torno dos déficits fiscais e de uma obrigação de US$ 800 milhões, com vencimento em janeiro de 2023.
A dívida em dólar de El Salvador teve o pior desempenho na América Latina neste ano, enquanto o país luta para garantir novos financiamentos por meio de títulos vinculados ao bitcoin.
A preocupação com a capacidade do país de obter um financiamento necessário para rolar as dívidas levou a S&P Global Ratings a rebaixar o país para CCC+ em junho, movimento que o colocou no mesmo nível de países como a Ucrânia e a Argentina.
– Esta notícia foi traduzida por Melina Flynn, Content Producer da Bloomberg Línea.
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