R$ 10 mi em salário: realidade de bancos, apesar da crise

Também no Breakfast: Onda vendedora domina os mercados em semana de bancos centrais; Eletrobras privatizada, PetroRecôncavo e a agenda da bolsa na próxima semana e Aéreas ampliam rotas para os EUA com férias e fim de teste de Covid

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Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

O momento desafiador da economia tem afetado os negócios de diferentes setores. Mas há alguns que se mostram mais resilientes e que não só conseguem crescer na adversidade como são agressivos para assegurar que essa condição se mantenha. E isso passa por pagar remunerações que estão entre as maiores da economia. Estamos falando dos profissionais que trabalham no setor financeiro.

É o caso dos maiores bancos privados do país, cujos profissionais que os lideram têm sido capazes de entregar, ano após ano, melhora nos resultados, com lucros bilionários e crescentes.

Três dos maiores bancos brasileiros, segundo formulário de referência publicado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), pagaram salários anuais que vão dos R$ 9,2 milhões aos R$ 14,4 milhões (confira os detalhes na matéria completa).

Os valores superam, em muito, os de um estudo da PageGroup, consultoria global especializada em recrutamento executivo, segundo o qual algumas posições de liderança em grandes bancos poderiam chegar a uma remuneração total no ano de R$ 953,2 mil, caso de um head de risco de mercado. A remuneração anual estimada para um vice-presidente ou diretor executivo de produtos de grandes fintechs, segundo esta pesquisa, alcançaria o R$ 1,450 milhão.

Na trilha dos Mercados

Os investidores começaram o dia com os nervos à flor da pele. A onda vendedora, que começou na quarta-feira e se intensificou com o golpe da inflação nos Estados Unidos, é generalizada nos negócios com renda variável e títulos soberanos. Na sexta-feira, a liquidação de posições no mercado acionário superou o US$ 1 trilhão. O sentimento negativo afeta, também, o mercado de criptomoedas, com o Bitcoin caindo para abaixo de US$ 25 mil, no nível mais baixo em 18 meses.

🏦 Política monetária no foco. Esta será uma semana crucial para os mercados. O Federal Reserve (Fed) encabeça a lista de encontros de bancos centrais na semana (Inglaterra, Japão, Suíça e Brasil são outros pares). A espiral inflacionária nos EUA, com os preços ao consumidor subindo 8,6% em maio, contra expectativas de que se mantivesse nos 8,3% da leitura anterior, convida os operadores a esperarem um tom mais duro do Fed na quarta-feira.

🆒 Para esfriar a inflação. Aumentam as apostas em uma alta de 0,75 ponto percentual ao menos em uma das próximas três reuniões do Fed. Antes, o mercado considerava meio ponto de alta dos juros em cada um dos encontros do Fed. A última subida de 0,75 pontos pelo Fed foi feita em novembro de 1994. Os economistas do Barclays Plc e Jefferies LLC acreditam que um aumento dessa magnitude poderia chegar logo.

📉 Saída em bloco. O êxodo das ações é orientado pela perspectiva de que os bancos centrais comprometam o crescimento econômico ao aplicar juros cada vez mais altos para conter a inflação. O S&P 500 está, mais uma vez, se aproximando do mercado de baixa (bear market), situação em que a mão pesada do urso leva os indicadores a acumular um declínio de ao menos 20% desde sua pontuação máxima de fechamento.

☁️ Nas nuvens. Não só as ações estão perdendo valor. Ao redor do globo, os títulos soberanos exibem prêmios cada vez mais elevados, corroendo o seu valor nominal. Nos EUA, o prêmio dos títulos do Tesouro a 10 anos atingiu 3,24%, o mais alto desde outubro de 2018. Já na Europa, a venda de títulos do governo europeu também aumentou, com o rendimento da dívida pública alemã a dois anos subindo acima de 1% pela primeira vez em mais de uma década.

🟢 As bolsas na sexta-feira: Dow Jones Industrial (-2,73%), S&P 500 (-2,91%), Nasdaq Composite (-3,52%), Stoxx 600 (-2,69%), Ibovespa (-1,51%)

Uma leitura inesperadamente alta da inflação norte-americana arrastou para baixo os mercados acionários da maior economia do mundo, que sofreu sua maior queda em três semanas. Os dados sugerem que o Fed terá que ser mais contundente em seu ciclo de aperto monetário. A inflação atingiu uma alta de 40 anos em maio, quando os preços ao consumidor aceleraram para 8,6% frente ao ano anterior. Um relatório separado mostrou que a confiança dos consumidores americanos caiu no início de junho para um nível recorde. Já o petróleo bruto apresentou seu sétimo ganho semanal.

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No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Não há eventos relevantes previstos

Europa: Reino Unido (Produção Industrial e do Setor de Construção/Abr, PIB, Balança Comercial/Abr); Espanha (Confiança do Consumidor)

Ásia: Japão (Índice BSI de confianza de grandes empresas manufactureras/2T22)

América Latina: Brasil (Boletim Focus)

Bancos centrais: Discurso de Lael Brainard (vice-presidente do Fed/FOMC) e de Luis De Guindos (vice-presidente do BCE)

Outros: Primeira reunião ministerial da OMC em quase cinco anos - vai até 15 de junho.

📌 Para a semana:

Terça-feira: Índice de Preços ao Produtor (IPP) dos EUA. Produção Industrial e Percepção Econômica da Zona do Euro. IPC da Alemanha. Japão: Produção Industrial

Quarta-feira: Decisão sobre juros pelo Fed e entrevista do presidente Jerome Powell. Ainda nos EUA: Estoques comerciais, Índice Empire de Atividade Industrial, Vendas no Varejo. China: operações de liquidez, dados sobre empréstimos de médio prazo. Discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde

Quinta-feira: Decisão sobre juros do Banco da Inglaterra. Nos EUA: Venda de Casas Novas, Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego

Sexta-feira: Decisão sobre juros do Banco do Japão. IPC da Zona do Euro. EUA: Índice do Conference Board, Produção Industrial

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe