Bloomberg — O Ministério de Minas e Energia (MME) espera que o Brasil atraia uma onda de investimentos em cobre, níquel e lítio nos próximos anos, com a perspectiva de que a regulação simplificada amplie o acesso a depósitos ricos de metais de bateria. O país é o maior produtor de minério de ferro depois da Austrália, e quer atrair mais exploração e desenvolvimento de minerais essenciais para a transformação de energia limpa.
Para isso, o governo está reformulando as informações geológicas, abrindo áreas inativas e trabalhando em processos de consulta aos indígenas, disse Pedro Paulo Dias Mesquita, secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME. Por enquanto, o Brasil é apenas um player menor no lítio, superado por seus vizinhos Chile e Argentina.
Mas o governo está apoiando projetos em Minas Gerais e espera uma “enorme transformação”, disse Mesquita em entrevista no domingo (12). Cobre e níquel também fazem parte da ambição de diversificação mineral do Brasil, com potencial geológico muito superior à produção.
“Espero pelo menos cinco grandes projetos em cada um deles no Brasil nos próximos 10 anos”, disse Mesquita, referindo-se ao cobre e níquel. Um projeto de níquel que está sendo desenvolvido pela Horizonte Minerals “é apenas o começo”, segundo ele.
Falando em Toronto, onde participa da conferência de mineração da Associação de Prospectores e Desenvolvedores do Canadá, Mesquita disse que há muito interesse de potenciais investidores à medida que o mundo luta para produzir matérias-primas suficientes para descarbonizar.
Enquanto outras nações latino-americanas, como Chile e Peru, buscam aumentar os impostos sobre mineração e endurecer as proteções ambientais, o governo do presidente Jair Bolsonaro vai na contramão e aposta na abertura de novas áreas, na eliminação de barreiras regulatórias e na oferta de um “porto seguro” para os investidores.
“Se o ambiente de negócios se deteriorar lá, claro que é uma oportunidade”, disse Mesquita, referindo-se ao Chile e ao Peru.
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