Donos da Chanel veem patrimônio subir para US$ 90 bilhões com alta demanda

Bloomberg Billionaires Index estima que patrimônio líquido dos Wertheimers, donos da Chanel, subiu 37% apenas em 2022

Chanel, Corea del Sur
Por Benjamin Stupples
11 de Junho, 2022 | 12:33 PM

Bloomberg — A crescente demanda global por produtos de luxo levou a família por trás da Chanel a embolsar US$ 5 bilhões somente no ano passado, elevando uma das maiores fortunas multigeracionais do mundo a novos patamares.

A holding da família Wertheimer para a Chanel, sediada nas Ilhas Cayman, recebeu dois dividendos de US$ 2,5 bilhões em 2021, de acordo com documentos do Reino Unido. Este é o maior montante anual da varejista desde que começou a publicar suas contas financeiras.

PUBLICIDADE

O patrimônio líquido dos Wertheimers, donos da Chanel, com sede em Londres, subiu 37% em 2022, para US$ 90 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index, com os aumentos de preços favorecendo a marca de itens de luxo para superar os níveis de lucro vistos em 2021. Irmãos Alain, 73, e Gerard, 71, têm igualmente a mesma posse das ações da empresa de capital fechado.

Um representante da Chanel se referiu aos resultados apresentados em 2021 e se recusou a fazer mais comentários.

A demanda global por produtos da marca Chanel aumentou nos últimos dois anos, juntamente com os seus preços. A pequena e clássica bolsa da marca estava sendo vendida por US$ 8.200 (pouco mais de R$ 41 mil) nos EUA em dezembro, um aumento de 60% em relação a novembro de 2019, enquanto os clientes de sua loja em Paris se limitavam a comprar uma bolsa por vez diante de uma fila de espera de dois meses para adquirir outra igual. Na Ásia, os compradores em Seul fizeram fila do lado de fora de uma loja da Chanel às 5h da manhã para conseguirem uma bolsa de US$ 9.500 (R$ 47.508).

PUBLICIDADE

Para os Wertheimers, o montante divulgado recentemente representa mais da metade dos cerca de US$ 8 bilhões que a Chanel distribuiu em dividendos totais desde o início de 2016, de acordo com os dados compilados pela Bloomberg. Além disso, os ganhos inesperados por conta da pandemia ajudaram os irmãos a diversificar sua fortuna.

Isso porque a varejista de artigos de luxo, que também possui a marca de roupas de banho Eres e a joalheria Goossens, tem grandes planos de expansão. A empresa pretende investir US$ 1 bilhão este ano e planeja contratar mais de 3.500 trabalhadores em suas unidades de varejo, manufatura e criação, disse o diretor financeiro Philippe Blondiaux em entrevista no mês passado.

Fila do lado de fora da Chanel em Seul, na Coreia

Os números recentes também destacam como algumas das pessoas mais ricas do mundo protegem suas riquezas. As Ilhas Cayman não impõem impostos sobre dividendos para empresas locais, enquanto o Reino Unido normalmente não cobra impostos retidos na fonte sobre dividendos pagos de uma empresa britânica para outra no exterior. Durante 2021, a Chanel pagou cerca de US$ 1,4 bilhão em impostos, mais que o dobro da soma dos 12 meses anteriores.

PUBLICIDADE

A família Wertheimer fundou a Les Parfums Chanel em 1924 para fazer e distribuir a fragrância nº 5 da estilista Coco Chanel. Desde 1996, ano da morte de seu pai, Alain e Gerard são creditados como donos do império Chanel, embora prefiram ficar fora dos holofotes.

“Somos uma família muito discreta”, disse Gerard Wertheimer a um repórter antes de um desfile de moda de 2001 em Paris. “Nós nunca conversamos”.

– Esta notícia foi traduzida por Melina Flynn, Content Producer da Bloomberg Línea.

PUBLICIDADE

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Estes são os mais novos restaurantes com estrelas Michelin em Miami

Férias na Europa? Greves e crise de mão-de-obra causam caos em aeroportos