Temores de recessão pesam nos mercados; Wall Street afunda e leva Ibovespa

After Hours: mercados repercutiram dados de inflação acima do esperado nos EUA, à espera de decisão de juros na próxima semana

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Bloomberg Línea — Os mercados amargaram fortes perdas nesta sexta-feira (10), com os investidores pesando as apostas de que o Federal Reserve terá que ser mais agressivo em sua política monetária para conter a inflação.

Divulgada hoje, a inflação ao consumidor dos Estados Unidos veio acima do esperado em maio, descartando a tese de que o índice de preços já tinha atingido seu pico e reforçando os temores de uma recessão da economia global.

Com isso, operadores de renda fixa ampliaram as apostas nos aumentos do Fed e agora veem três altas de meio ponto percentual nas reuniões de junho, julho e setembro.

O contexto contribuiu para quedas de até 3,52% em Wall Street e de até 3% na Europa. No Brasil, o Ibovespa (IBOV) encerrou o pregão em baixa de 1,51%, abaixo dos 106 mil pontos – no menor patamar para o índice em um mês. Na semana, o Ibovespa afundou 5,06%. Já o dólar voltou a subir, negociado próximo de R$ 5.

Na Bolsa, as maiores altas do dia vieram de Qualicorp (QUAL3), que subiu 7,39%, e CSN Mineração (CMIN3), com ganhos de 3,98%. Do lado oposto, Americanas (AMER3) e Azul (AZUL4) lideraram as baixas, com perdas de 10,63% e 6,62%.

A sessão também foi de queda para as ações da Eletrobras (ELET3; ELET6), que caíram 4,74% e 6,59%, após a companhia levantar cerca de R$ 33,7 bilhões na quinta-feira (9), na oferta subsequente de ações que levou à histórica privatização da estatal.

A Eletrobras, por meio da emissão de novos papeis, e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), principal acionista que se desfez de participação na oferta, venderam 697.476.856 de ações a R$ 42,00 cada uma, com um desconto de de 2,4% em relação ao preço de fechamento desta quinta (R$ 43,04 a ação ordinária), disseram pessoas com conhecimento do assunto à Bloomberg News.

Confira como fecharam os mercados nesta sexta-feira (10):

Ainda no ambiente doméstico, o volume de vendas do comércio varejista subiu 0,9% em abril na comparação com março, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o quarto mês consecutivo de alta. No ano até abril, o indicador sobe 2,3% e, em 12 meses, 0,8%, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC).

Os investidores aguardam agora a “Super Quarta” na próxima semana, com as decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos.

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