Inflação nos EUA surpreende e mercado já prevê 3 altas de 0,50 ponto do Fed

CPI subiu 8,6% em maio em relação ao mesmo mês do ano anterior, ante projeção de 8,3%; habitação, alimentação e gás tiveram o maior peso na alta

Por

Bloomberg — A inflação ao consumidor nos Estados Unidos atingiu novamente o maior patamar em 40 anos em maio, reforçando as perspectivas de que o Federal Reserve, o banco central americano, continuará aumentando as taxas de juros de forma agressiva por mais tempo.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) aumentou 8,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior, de acordo com dados do Departamento do Trabalho divulgados nesta sexta-feira (10). O indicador, acompanhado de perto pela autoridade monetária, subiu 1% em relação ao mês anterior, superando todas as estimativas. Habitação, alimentação e gás tiveram o maior peso.

Os rendimentos do Tesouro saltaram, os índices futuros de ações caíram e o dólar subiu após a divulgação do relatório. Traders passaram a precificar três aumentos de 50 pontos base nas três próximas reuniões do Fed, o que levaria a taxa do atual intervalo entre 0,75% e 1% para 2,25% a 2,50%.

O chamado núcleo do CPI, que exclui os componentes mais voláteis de alimentos e energia, subiu 0,6% em relação ao mês anterior e 6% em relação ao ano anterior, também acima das previsões.

Os números reforçam que a inflação ainda está aquecida por uma série de fatores, e que o Fed – que se comprometeu com altas de meio ponto em cada uma de suas próximas duas reuniões, a partir da próxima semana – terá que manter essa postura agressiva até a reunião de setembro.

Preços recordes da gasolina e fatores geopolíticos ameaçam manter a inflação alta nos próximos meses, sugerindo que o Fed terá que frear a economia por mais tempo.

-- Com a colaboração de Sydney Maki, Reade Pickert, Augusta Saraiva, Chris Middleton e Sophie Caronello.

Veja mais em bloomberg.com

Leia também:

Empresários não são culpados pela inflação, diz secretária do Tesouro dos EUA