Bloomberg — A Vale (VALE3), segunda maior produtora de minério de ferro e uma das maiores fornecedoras de níquel, criou um ramo de capital de risco - venture capital - para apoiar startups com foco no desenvolvimento de inovações para desafios no setor de mineração e metais.
A Vale Ventures está começando com um orçamento de US$ 100 milhões para investir em empresas envolvidas em iniciativas de mineração sustentável. A unidade procura oferecer financiamento inicial e investimentos iniciais em startups de todo o mundo, com a meta de deter uma participação de 3% a 5% nas empresas.
“Faremos parte de um pool de investidores que trabalha pelo êxito dessas startups”, disse o chefe da Vale Ventures, Viktor Moszkowicz, em entrevista.
O desembolso previsto pela Vale será suficiente para construir uma carteira inicial de investimentos em cerca de cinco anos, gerando retorno financeiro e estratégico, disse ele.
A primeira investida no portfólio da Vale é a Boston Metal, empresa focada na tecnologia de descarbonização do aço que conta com o apoio de fundos de capital de risco cleantech, empresas de mineração e usuários de aço. A Vale investiu US$ 6 milhões na empresa americana em setembro.
O investimento de capital de risco da Vale segue iniciativas semelhantes seguidas por rivais como as anglo-australianas BHP Group e Rio Tinto. A gigante brasileira de mineração visa ter acesso a oportunidades de negócios e tecnologias inovadoras com potencial para serem utilizadas em suas operações em meio a uma pressão pelo cumprimento de metas ambientais.
A empresa do Rio de Janeiro tem quatro temas principais que impulsionam a seleção do portfólio da Vale Ventures: descarbonização, mineração com zero resíduos, tecnologia que muda as operações de mineração e metais de transição de energia.
Este último tema visa aumentar a oferta e a demanda de metais essenciais necessários para apoiar a mudança de combustíveis fósseis para energia limpa. Startups que estão desenvolvendo baterias que utilizam metais produzidos pela Vale estão no radar, assim como a tecnologia que cria “minas urbanas” – locais em que metais descartados podem ser reciclados, disse Moszkowicz.
--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
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