Bloomberg — A quinta-feira (9) começa com uma decisão importante do Banco Central Europeu, que sinalizou um aumento da taxa básica de juros já para julho. Direto da China, notícias da retomada do IPO do Grupo Ant, do magnata chinês Jack Ma, e o que isso sinaliza para o setor de tecnologia. Enquanto isso, a queda da moeda japonesa perante o dólar mostra um sinal de alerta para a economia asiática. No Hemisfério Norte, tempos difíceis para a indústria de tecnologia. Veja o que há de mais importante.
1. Momento decisivo na Europa
A decisão de hoje do Banco Central Europeu trata basicamente sobre o que o banco pretende fazer daqui em diante. O anúncio do fim das compras de ativos, visto como quase certo, se confirmou, abrindo caminho para uma alta dos juros na reunião do próximo mês, de 25 pontos base - 0,25 ponto percentual. A taxa está negativa em 0,50% desde setembro de 2019. Após o anúncio, a presidente da instituição, Christine Lagarde, concede uma entrevista coletiva. Os investidores estão atentos às declarações em busca de quaisquer sinais do tamanho da alta de juros nos próximos meses e da trajetória da política monetária. Os anúncios de hoje também incluem as previsões econômicas trimestrais da autarquia, que podem mostrar uma inflação acima da meta até 2024.
2. O IPO da Ant
A oferta pública inicial do Grupo Ant, do magnata chinês Jack Ma, pode voltar à tona. A China considera reviver o IPO em um dos sinais mais claros até agora de que as autoridades estão diminuindo a repressão à indústria de tecnologia. Enquanto isso, as exportações chinesas mostraram recuperação em maio, quando os gargalos relacionados ao coronavírus na produção e logística foram amenizados. No entanto, uma desaceleração se aproxima devido a um declínio na demanda global de bens pelos consumidores, o que enfraquece a capacidade do comércio como um motor de crescimento econômico. Xangai vai fechar um distrito inteiro para um teste amplo para combater o coronavírus na manhã de sábado (11), a primeira grande restrição ao movimento desde que o centro financeiro emergiu de um duro bloqueio de dois meses no início de junho.
3. Moeda japonesa
A moeda japonesa está a um passo de cair a um patamar mínimo em 24 anos. Economistas como Jim O’Neil alertam que a atual fraqueza do iene pode causar uma reviravolta da mesma magnitude da crise financeira asiática de 1997, caso a moeda siga para o nível de 150 por dólar. Os especuladores não estenderam seu posicionamento na moeda, o que sugere que ainda há espaço para que as apostas de queda aumentem. Cerca de 74% dos empresários japoneses dizem que o iene fraco está causando um impacto negativo sobre a economia do país.
4. Tech em alerta
No Hemisfério Norte, a indústria de tecnologia atravessa o começo de um verão difícil. As ações da Intel caíram depois que executivos afirmaram que a economia mais fraca afetaria a demanda e prejudicaria seu desempenho financeiro. Enquanto isso, a empresa que controla o Facebook, a Meta Platforms, interrompeu o desenvolvimento de um smartwatch e decidiu trabalhar em outros dispositivos, de acordo com uma pessoa com conhecimento do assunto. E, finalmente, a oferta de Elon Musk para o Twitter (TWTR), que foi abalada pela ameaça de desistência do bilionário, agora inclui um especialista em finanças ligado a um magnata russo.
5. Também hoje...
Os dados do dia incluem pedidos de seguro-desemprego semanais às 9h30, no horário de Brasília. Às 13h saem os dados sobre mudanças no patrimônio das famílias americanas no primeiro trimestre. Mas os dados econômicos dos EUA ficam em segundo plano, já que o destaque do dia é a decisão taxa do BCE e a conferência de imprensa da presidente do BCE, Christine Lagarde. Na agenda, também há a divulgação de dados de armazenamento de gás natural da EIA às 11h30.
– Esta notícia foi traduzida por Melina Flynn, Content Producer da Bloomberg Línea.
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