Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.
Mesmo que o verão esteja chegando aos Estados Unidos, os ventos frios da virada econômica provenientes de São Francisco estão se alastrando da Costa Oeste americana até a Terra do Fogo na ponta sul das Américas. “A tempestade fria está chegando”, disse Michelle Messina, especialista em estratégia do Vale do Silício e consultora em aceleração de negócios e startups, em entrevista à Bloomberg Línea.
Uma empresa que queira sobreviver a esse ciclo, aconselha a consultora, precisa descobrir como fazê-lo sem a necessidade de capital externo, simplificando operações e automatizando o máximo possível para minimizar a dependência de pessoas. A decisão por fazer ou não demissões dependerá do modelo de negócios da empresa, segundo a consultora. Será fundamental olhar para algumas métricas, em especial a receita por funcionário, além de responder questões como qual é o mercado, quão grande é o negócio, com que frequência a empresa fecha novos clientes e qual é a rotatividade.
Messina treina dois CEOs brasileiros para estratégia e negócios. A consultora viu de perto a crise financeira de 2008 e 2009 e o estouro da bolha das “pontocom” no Vale do Silício em 2000. Além disso, testemunhou Apple, Facebook e Amazon sobreviverem e se reinventarem em crises como essas.
“Já vi esses ciclos em que a ideia parece muito boa, mas ou a liderança não consegue navegar ou o modelo de negócios da empresa não é convincente o suficiente. Ou não entrega valor suficiente ao consumidor para que a empresa sobreviva”, disse Messina. “Tempos difíceis obrigam as pessoas a descobrir quais atributos e características elas têm para serem resilientes, flexíveis. Acho difícil ensinar resiliência, mas este inverno vai separar as boas empresas das grandes empresas.”
→ Estas são algumas dicas da consultora e de CEOs de startups brasileiras avaliadas em mais de US$ 1 bilhão sobre como se preparar para este período turbulento.
Na trilha dos Mercados
Os mercados amanheceram cautelosos e inclinados à queda. Esta toada deverá se entender até a decisão sobre juros do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira, e a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos Estados Unidos, na sexta-feira.
Há muito ruído de fundo nos mercados. Os indicadores macroeconômicos vêm transmitindo mensagens confusas em um ambiente com perspectivas pouco ou nada alentadoras. Por esta razão, os investidores estão mais relutantes em assumir posições de risco.
🆙 Para o alto e avante. A única certeza nos mercados é que os bancos centrais mundiais continuarão a usar os juros como remédio para controlar a desorbitada inflação. A dose e a duração do tratamento, contudo, permanecem uma incógnita. Hoje, mais um banco central se somou à onda de aumento do custo do dinheiro. A autoridade monetária da Austrália surpreendeu com o seu maior aumento de taxas em 22 anos - alta de 0,50 ponto percentual, para 0,85%, prevista por apenas três dos 29 economistas consultados pela Bloomberg. A instituição indicou que continua empenhada em “fazer o que é necessário” para conter as pressões inflacionárias.
🔥 Efervescência dos bônus. Os investidores se perguntam se a inflação nos EUA já atingiu o pico e quão pesada será a mão do Federal Reserve (Fed) na subida dos juros. Enquanto aguarda o dado sobre a inflação norte-americana na sexta, o mercado de títulos soberanos entra em ebulição. Ontem, os prêmios dos títulos do governo dos EUA superaram a marca dos 3%, fazendo encolher o seu valor nominal. Na Europa, a perspectiva de uma atitude mais agressiva por parte do BCE também pressiona o rendimento dos títulos. Porém, esta manhã os bônus se recuperavam ligeiramente em ambos lados do Atlântico.
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🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (+0,05%), S&P 500 (+0,31%), Nasdaq Composite (+0,40%), Stoxx 600 (+0,92%), Ibovespa (-0,82%)
As bolsas dos EUA subiram com o alívio, na China, dos lockdows pelos contágios por Covid-19. Mas a alta do mercado de ações não foi maior que a dos prêmios embutidos nos títulos do Tesouro a 10 anos, que superaram os 3%. As ações do Twitter caíram quase 1,5% com a nova advertência de Elon Musk de que ele poderia suspender a compra da rede social. A Amazon também esteve no centro das atenções no primeiro dia de negociação de seus papéis divididos na proporção de 20 por 1.
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No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Relatório “Perspectivas Econômicas Globais” do Banco Mundial. Balança Comercial/Abr, Índice Redbook, Crédito ao Consumidor/Abr, Estoques de Petróleo Bruto Semanal API
• Europa: Zona do Euro (Confiança do Investidor Sentix/Jun); Alemanha (Encomendas à Indústria/Abr, PMI de Construção-IHS Markit/Mai); Reino Unido (PMI Composto/Mai); Espanha (Produção Industrial/Abr, Confiança do Consumidor)
• Ásia: Japão (Índice de Indicadores Antecedentes/Abr, Transações Correntes, Empréstimo Bancário/Mai, PIB/1T22)
• América Latina: Brasil (não há eventos previstos); Chile (Balança Comercial/Mai, Reunião do Banco Central); Colômbia (Indicadores Econômicos da Construção/Mar)
• Bancos centrais: Decisão sobre juros do banco central da Austrália. Discurso de Janet Yellen, Secretária do Tesouro dos EUA
📌 Para a semana:
• Quarta-feira: Decisão sobre juros do banco central da Índia; OCDE divulga relatório bianual sobre as principais tendências econômicas globais e perspectivas para os próximos dois anos
• Quinta-feira: Decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e entrevista de sua presidente, Christine Lagarde. Dados sobre comércio e empréstimo da China.
• Sexta-feira: EUA: IPC e Sentimento do Consumidor da Universidade de Michigan. Índices de Preços ao Produtor e ao Consumidor da China
Destaques da Bloomberg Línea
• Empiricus faz demissão coletiva por videoconferência
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