Ibovespa fecha estável com mercado medindo impacto do pacote de combustíveis

After Hours: Medida proposta pelo governo para baratear combustíveis pode até aliviar pressões sobre a inflação, mas amplia risco fiscal

After hours
07 de Junho, 2022 | 05:44 PM
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Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) encerrou o pregão desta terça-feira (7) próximo da estabilidade, negociado na casa dos 110 mil pontos. O índice, que caiu pela manhã, passou a oscilar à tarde em meio à melhora do humor em Wall Street, com investidores avaliando os riscos para o crescimento econômico em meio aos esforços para conter a inflação descontrolada.

No âmbito doméstico, as atenções recaíram sobre o pacote de medidas do governo para reduzir o preço dos combustíveis, que até podem aliviar as pressões sobre a inflação, mas implicam grande risco fiscal. Isso levou à alta dos juros e do dólar, que subiu mais de 1% nesta terça, negociado a R$ 4,87.

Na Bolsa, os maiores ganhos vieram da mineradora Vale (VALE3), com alta de 2,34%, a R$ 90,62, e de brMalls (BRML3), que subiu 1,93%, a R$ 8,45.

Já as maiores perdas foram lideradas por ações do setor de tecnologia, pressionadas pelo aumento do risco fiscal e alta dos juros. Os papéis de Cielo (CIEL3) recuaram 4,28%, a R$ 3,80, os de Positivo Tecnologia (POSI3) caíram 4,07%, a R$ 7,78, enquanto os de Banco Pan (BPAN4) fecharam em baixa de 3,52%, negociados a R$ 7,13.

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Confira como fecharam os mercados nesta terça-feira (7):

Cena externa

Os mercados seguem no aguardo da decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira (9), bem como da divulgação, na sexta (10), do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos em maio.

A expectativa é que o BCE comece uma nova era de política monetária nesta semana para enfrentar a ameaça de uma inflação fora de controle. Os investidores agora especulam que o fim da política de juros abaixo de zero poderia se materializar já em julho, com um aumento de 0,5 ponto percentual. O resultado seria o primeiro aumento da taxa básica em mais de uma década, depois que a compra líquida de títulos for reduzida.

Nos EUA, os dados de inflação de maio, a serem divulgados na sexta, podem ajudar os traders a discernir a trajetória do Federal Reserve e se a autoridade monetária continuará a subir os juros em incrementos de 50 pontos-base. Dados fortes de emprego na semana passada forneceram alguma justificativa para uma abordagem agressiva.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.