Bloomberg — Um alto executivo do Goldman Sachs ecoou o tom pessimista do CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, ao alertar sobre tempos mais difíceis adiante em meio a uma série de choques que seguem abalando a economia global.
“Este é um dos ambientes mais – se não o mais – complexos e dinâmicos que já vi em minha carreira”, disse o presidente do Goldman Sachs, John Waldron, em uma conferência de investidores nesta quinta-feira (2). “A convergência do número de choques para mim é sem precedentes.”
Os comentários de Waldron ecoaram o forte aviso na véspera do CEO do JPMorgan, que alertou investidores para se prepararem para um “furacão” em meio a uma combinação sem precedentes de desafios.
Waldron brincou que evitaria “usar qualquer analogia com o clima”, mas expressou seu temor de que os riscos de inflação, as mudanças na política monetária e a invasão da Ucrânia pela Rússia possam golpear a economia global.
“Esperamos tempos mais difíceis pela frente”, disse Waldron. “Sem dúvida, estamos vendo um ambiente mais difícil para o mercado de capitais.”
O banqueiro expressou surpresa com a resiliência no mercado de fusões e aquisições (M&A), “o que é inconsistente com tudo o que tenho falado”. E apontou um resultado possível: “Ele pode começar a desandar porque vemos a destruição da demanda, e assim os CEOs ficam um pouco menos confiantes”, disse Waldron. “Essa é uma expectativa razoável, mas estamos observando isso cuidadosamente como um sinal.”
Waldron emergiu como um dos críticos mais severos do Federal Reserve no setor financeiro no início deste ano, quando atacou o banco central americano pelo que considerou falta de autonomia e determinação para tomar as medidas necessárias para domar a inflação mais alta em 40 anos.
Nesta quinta-feira (2), ele passou uma mensagem mais confiante sobre a capacidade de seu banco de ainda gerar lucros elevados durante a crise. “Qualquer que seja o ambiente econômico, vamos nos sair bem”, disse.
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