NFTs de musicais viram coleção de fãs, porque o show não pode parar

Milton Nascimento é um dos mais recentes artistas que aderiram aos tokens não-fungíveis para levar experiências exclusivas e duradouras

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Por Matheus Mans para Mercado Bitcoin

São Paulo - Assim como algumas coleções de NFTs dão passe livre em eventos no metaverso, criando clubes exclusivos, os eventos na vida real seguem proposta parecida ao colocar a tecnologia de tokens não-fungíveis no coração da programação. Com isso, organizadores encontram nos ativos uma nova fonte de renda e frequentadores, por sua vez, podem investir em coleções personalizadas e participar de experiências exclusivas.

Milton Nascimento é uma das mais recentes celebridades que aderiram aos NFTs. Na turnê de despedida do cantor dos palcos, batizada de A Última Sessão de Música, Bituca, apelido que o acompanha desde criança, estão sendo vendidos 400 NFTs de um desenho feito pelo artista mineiro na infância. Quem adquirir a ilustração, que custa R$ 1.200,00, terá acesso a experiências exclusivas que serão liberadas durante a turnê. Um dos pontos altos da despedida será um show na Cidade das Artes, no Rio, em 11 de junho. Ali, Milton se apresentará para amigos, artistas e os que adquiriram o NFT Ticket Pass, em uma sessão restrita.

“É o primeiro grande show no Brasil onde só entra quem tem o NFT Ticket Pass. Com ele, o fã é a sua própria bilheteria, é ele quem decide o que faz com o ingresso, se vai ao evento, se presenteia um amigo ou se o vende. Tudo isso graças às facilidades da blockchain”, diz Raphael Pulga, tour manager e idealizador do NFT Ticket Pass.

Pelo mundo

Fora do País, experiências semelhantes puderam ser compartilhadas em grandes festivais de música. Em setembro de 2021, o festival Governors Ball, realizado em Nova York, criou uma vivência durante o evento em que as pessoas podiam participar de uma experiência em uma cabine de fotos. Todos que passavam por lá, e desembolsavam alguns dólares, recebiam um NFT diferente a cada dia, que dava acesso ao VIP Lounge do festival.

Já em fevereiro deste ano, o Coachella, um dos maiores festivais de música do mundo, lançou três coleções NFTs com o objetivo principal de colecionismo, mas também liberando áreas exclusivas no festival. Os lances começaram em US$ 60 e, hoje, custam US$ 500 mil.

“Os NFTs têm relação com comunidade e experiência, que é o que um evento traz em sua essência”, diz Thiago Valadares, CEO da NFMarket Agency, agência especializada em gestão e desenvolvimento de projetos em NFTs. “No futuro, um pouco mais próximo, podemos pensar que todos os ingressos serão NFTs, beneficiando o produtor desses eventos”.

Ainda segundo Valadares, esse movimento deve se intensificar conforme entenderem o real significado de um token não-fungível. “Um NFT não é para ser vendido por milhões de dólares. Deve ser um complemento à obra. Esse não é o movimento. O NFT é algo que fala sobre experiência, além de ser autêntico e combater a falsificação”, diz o especialista. “Ele consegue fazer com que a comunidade esteja naquele local. Esse é o grande lance do NFT para eventos, fazendo sentido para bandas, por exemplo”.