Bloomberg Línea — Com a ajuda dos papéis de siderurgia e mineração, o Ibovespa (IBOV) encerrou o pregão desta quinta-feira (2) em alta de 0,93%, negociado aos 112.392 pontos, no maior patamar desde 20 de abril.
O movimento acontece em meio à alta do preço do minério de ferro na China, com as expectativas de que a remoção de grande parte das restrições às atividades em Xangai aumente a demanda pela matéria-prima, assim como os fluxos para os fundos de infraestrutura da potência asiática.
A alta contribuiu para ganhos em papéis do setor, como CSN Mineração (CMIN3), que avançou 9,28%, Usiminas (USIM5), com alta de 5,24%, e Metalúrgica Gerdau (GOAU4), que subiu 4,40%. As ações da mineradora Vale (VALE3) também tiveram um pregão positivo, com ganhos de 1,88%.
Destaque ainda para os ganhos de 15,33% das ações da Positivo Tecnologia (POSI3). Do lado das perdas, os papéis de IRB Brasil (IRBR3) lideraram as baixas, com queda de 3,33%, seguidos pelas ações de Eneva (ENEV3), que caíram 3,07%.
Os ganhos da Bolsa brasileira seguiram o bom humor do exterior, após a promessa da Opep+ de aumentar a produção do petróleo em 50% em julho e agosto, atendendo à pressão de grandes consumidores, como os Estados Unidos, para preencher a lacuna na oferta criada pelas sanções ao fornecimento russo.
Os preços mais baixos do petróleo podem aliviar as pressões inflacionárias, dado que a valorização das commodities tem sido um dos principais motores para o aumento dos preços no mundo, levando a preocupações sobre uma possível recessão. Isso pode exigir juros não tão elevados.
Ainda na cena doméstica, os investidores repercutiram o crescimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil entre janeiro e março de 2022 ante o trimestre anterior, que veio abaixo do esperado pelo mercado. Na avaliação de Rodolfo Margato, economista da XP, apesar de o crescimento ter vindo abaixo das expectativas, o dado confirmou a força da atividade doméstica no início de 2022.
Confira como fecharam os mercados nesta quinta-feira (2):
Cena externa
Os investidores aguardam agora os dados de emprego nos Estados Unidos em maio, que serão divulgados na manhã desta sexta-feira (3). Os resultados de contratações no setor privado mostraram o menor ganho desde o início da recuperação da pandemia.
Ontem, o CEO do JPMorgan (JPM), Jamie Dimon, alertou os investidores a se prepararem para um “furacão” econômico. O tom pessimista foi reforçado nesta quinta pelo presidente do Goldman Sachs (GS), John Waldron, que alertou para “choques sem precedentes” que estão por vir.
Na agenda do dia, os pedidos iniciais de seguro-desemprego nos EUA caíram 11 mil, para 200 mil (dado com ajuste sazonal) na semana encerrada em 28 de maio, segundo o Departamento do Trabalho.
-- Com informações da Bloomberg News
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