Estrategista do JPMorgan discorda de furacão e defende otimismo com ações

Marko Kolanovic tem visão construtiva de ativos de risco e discorda da visão mais sombria apresentada pelo CEO do banco, Jamie Dimon, na véspera

Mercado
Por Jess Menton
02 de Junho, 2022 | 08:46 AM

Bloomberg — O mercado de ações dos Estados Unidos está pronto para uma recuperação gradual em 2022 e o índice S&P 500 provavelmente terminará o ano no zero a zero (estava em queda de 14% até a quarta, dia 1), uma vez que os investidores “já absorveram e precificaram” um aperto agressivo do Federal Reserve, de acordo com o principal estrategista de renda variável do JPMorgan, (JPM) Marko Kolanovic.

“Continuamos otimistas em ativos de risco devido ao posicionamento em mínimas quase recordes, sentimento de baixa e nossa visão de que não haverá recessão com o apoio dos consumidores dos EUA, reabertura global pós-covid e estímulo e recuperação da China”, Kolanovic e sua equipe disseram em nota.

Essa visão, no entanto, difere do pensamento do CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, que na quarta-feira (1°) alertou os investidores para se prepararem para um “furacão” econômico. Para Dimon, a economia dos EUA está enfrentando uma combinação sem precedentes de desafios, desde o aperto da política monetária promovido pelo Federal Reserve à invasão da Ucrânia pela Rússia.

“O furacão está bem ali, vindo em nossa direção”, disse Dimon em uma conferência patrocinada pela AllianceBernstein Holdings na quarta-feira. “Não sabemos se é um dos menores ou o Furacão Sandy. É melhor você se preparar.”

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Kolanovic, que foi classificado como o estrategista de renda variável número 1 na pesquisa do Institutional Investor do ano passado, não teve muito sucesso com suas previsões até agora em 2022. No início deste ano, sua equipe sugeriu a compra de ações em baixa, como small caps, e ele pediu repetidamente aos investidores que comprassem a queda durante a liquidação do mercado de ações deste ano. O índice S&P 500 caiu cerca de 14% desde o início de 2022.

Um número crescente de estrategistas também discorda da visão otimista de Kolanovic. Michael Wilson do Morgan Stanley (MS), que continua entre os pessimistas mais proeminentes de Wall Street, vê a recuperação do mercado de ações da semana passada como de curta duração, uma vez que os riscos para a economia e o crescimento dos lucros das empresas persistem com a inflação teimosamente alta. Ele vê o S&P 500 perto de 3.400 em meados de agosto, o que implica uma queda de 18% em relação ao fechamento de terça-feira (1°). O índice encerrou a sessão de quarta-feira a 4.101.

Kolanovic e sua equipe discordam, dizendo que os temores dos investidores foram longe demais.

“Os pessimistas estão dizendo: ‘somente se o Fed fizer uma guinada completa é que o curso dos mercados pode mudar’”, disse. “Achamos que isso não é verdade, pois o que é necessário são pequenos incrementos em relação à quantidade significativa de aperto já precificado no mercado.”

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