Bloomberg — Um número crescente de estrategistas de Wall Street vê a recuperação do mercado de ações americano na semana passada como fogo de palha antes de mais tombos, uma vez que os riscos para a economia e para os lucros corporativos permanecem com a inflação persistente.
O índice S&P 500 oscila nesta terça-feira (31), depois de interromper sua maior sequência de quedas semanais em duas décadas. Analistas de bancos e empresas de investimento, incluindo Morgan Stanley, Bank of America e Oppenheimer, esperam mais perdas pela frente.
A recente recuperação foi impulsionada por condições vinculadas às esperanças de que o Federal Reserve possa debater uma pausa no aperto monetário em setembro, disse Michael Wilson do Morgan Stanley, em nota. Ele acha que as estimativas de lucros continuam muito altas e projeta o S&P 500 perto de 3.400 pontos até o final da temporada de balanços do segundo trimestre em meados de agosto, o que implica uma queda de 18% em relação ao fechamento de sexta-feira (27), de 4.158,24 pontos.
Jonathan Krinsky, técnico-chefe de mercado da BTIG, também acha que o S&P 500 cairá para entre 3.400 e 3.500 pontos.
Sam Stovall, estrategista-chefe de investimentos da CFRA Research, disse que o S&P 500 deveria ter subido, já que seu múltiplo preço-lucro com base em estimativas futuras de 12 meses atingiu 16,8x, a leitura mais baixa desde o início de abril de 2020 e 1,1% abaixo de sua média de duas décadas.
“O mercado estava preparado para pelo menos um retorno de curto prazo”, disse Stovall aos clientes em nota. “Continuamos céticos quanto à sustentabilidade deste rali.”
Por outro lado, há quem defenda a visão oposta. O S&P 500 provavelmente está “mais próximo do fundo do que do topo”, de acordo com Ari Wald, chefe de análise técnica da Oppenheimer, pois vários indicadores estão próximos de seus limites. Em 20 de maio, a mínima intradiária representou um declínio de 21% em relação ao pico recente do índice, o que caracteriza o estágio de bear market.
Mesmo assim, a fraca amplitude de mercado pode prenunciar quedas adicionais para as ações no curto prazo, com menos ativos para puxar os principais índices para cima.
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