Bloomberg — A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+) provavelmente manterá seus planos de produção de petróleo esta semana, mesmo com a União Europeia prestes a vetar embarques marítimos da Rússia, disseram autoridades do cartel.
Os níveis globais de oferta e demanda de petróleo permanecem estáveis, sem interrupção grave ainda nas exportações russas e, portanto, exigem pouca ação da aliança Opep+ de 23 países, incluindo a Rússia, segundo as autoridades.
Com a maioria dos membros, exceto a Arábia Saudita e seus vizinhos, enfrentando dificuldade para aumentar a produção, as decisões do grupo se tornam em boa parte simbólicas.
O preço do petróleo continua a subir e chegou a ultrapassar US$ 124 por barril em Londres nesta terça-feira. O embargo planejado pela UE vai apertar um mercado global já pressionado pelo aumento do consumo de combustível e oferta limitada.
O rali alimenta a pressão inflacionária que ameaça levar a economia global à recessão e uma crise de custo de vida que atinge consumidores em todo o mundo.
Custos em espiral representam um risco político crescente para o presidente dos EUA Joe Biden, que fez um apelo à Opep para abrir as torneiras e cogita uma visita à Arábia Saudita para tentar reparar relações diplomáticas desgastadas.
Mas Riad e seus parceiros - que ainda detêm vários milhões de barris de capacidade ociosa - até agora permaneceram impassíveis.
A Opep já “fez tudo o que pode” para estabilizar os mercados globais, que não enfrentam déficit de petróleo, disse o ministro das relações exteriores da Arábia Saudita, o príncipe Faisal bin Farhan, semana passada no Fórum Econômico Mundial em Davos.
Os preços são impulsionados não pela escassez de petróleo, mas pela falta de capacidade de refino nas nações consumidoras para produzir combustíveis como gasolina, disse o ministro de energia saudita príncipe Abdulaziz bin Salman no início deste mês.
Com isso, a Opep+ parece pronta para protocolar um modesto aumento de 430.000 barris por dia em julho, como previsto no plano de aumentos graduais para recuperar a produção interrompida durante a pandemia. Onze dos 13 operadores de mercado e analistas consultados pela Bloomberg previram esse resultado quando a aliança se reunir online na quinta-feira.
Na prática, a maioria espera que o grupo se esforce para entregar metade do aumento planejado – se muito – já que a diminuição de investimentos e a instabilidade política prejudicam a capacidade produtiva de muitos membros. Angola e Nigéria sofreram alguns dos mais graves reveses de produção.
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