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O projeto de lei que regulamenta as operações com criptoativos no Brasil deve ser aprovado nos próximos dias, segundo previsão de líderes parlamentares, o que tornará o país o maior regulador de ativos digitais da América Latina.O texto do que ficou conhecido por “Lei Bitcoin” cria regras para todas as empresas que negociam “ativos virtuais” e pretende oferecer segurança jurídica a players do setor, o que deve se traduzir em maior atratividade para os investidores. É um mercado que foi estimado no fim do ano passado - antes, portanto, da queda recente dos preços - em US$ 50 bilhões, segundo o diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, em evento sobre o segmento.
De acordo com o relator do projeto na Câmara, o deputado Expedito Netto (PSD-RO), já há um acordo entre os partidos para a aprovação do texto com o mesmo teor com o qual saiu do Senado. “Não há oposição, não é uma matéria polêmica. É uma matéria de desenvolvimento, positiva para toda a Casa. O tema já está maduro e não deve ter problema nenhum”, afirma o deputado.
Embora trate de todos os operadores de “ativos virtuais”, o principal alvo da regulamentação são as chamadas exchanges de criptomoedas, as corretoras que transacionam os ativos.
👍 A favor da regulamentação
O projeto tem, ao menos publicamente, apoio das maiores empresas do setor. Entre as companhias brasileiras, os esforços em prol da aprovação de uma regulamentação têm sido capitaneados pelo Mercado Bitcoin, a maior exchange de cripto da América do Sul, com 3,5 milhões de usuários cadastrados. A corretora movimentou R$ 40 bilhões em negociação de ativos em 2021.
➡ A matéria completa você lê aqui: Um mercado de US$ 50 bi (ou mais). O que está em jogo com a lei dos criptoativos
Na trilha dos Mercados
Os preços do petróleo disparam e a reavivam os temores de que a inflação exija dos bancos centrais uma política monetária mais austera, colocando em risco o crescimento econômico. O ânimo comprador das últimas sessões e a pausa das bolsas dos Estados Unidos pelo feriado de ontem cedem hoje lugar à cautela.
Nas primeiras operações do dia, os contratos futuros de índices dos EUA flutuavam entre o positivo e o negativo. Na Europa, o vermelho predomina entre os principais índices acionários.
→ São estes os fatores de maior influência nesta manhã:
🛑 UE diz não ao petróleo russo. Os líderes europeus conseguiram um consenso para proibir a maioria do petróleo produzido na Rússia, no sexto pacote de sanções para atingir os cofres do país e punir o presidente Vladimir Putin pela invasão à Ucrânia. Como consequência, e também influenciado pelo relaxamento dos lockdowns na China, o petróleo se dirigia para o maior período de ganhos mensais em mais de uma década. O petróleo bruto Brent superou os US$ 123 por barril esta manhã, o maior valor em dois meses.
🤯 As últimas da inflação (recorde). O medo das pressões inflacionárias foi intensificado com os últimos dados na Europa, acima do esperado pelos analistas. A inflação da Zona do Euro acelerou para um novo recorde, pressionando o Banco Central Europeu a elevar as taxas de juros de forma mais agressiva após fortes leituras na Alemanha, Espanha e hoje na França. No bloco, os preços ao consumidor de maio saltaram 8,1% em relação ao ano anterior, superando a estimativa de 7,8% dos analistas consultados pela Bloomberg, conforme dados divulgados há pouco.
A inflação francesa acelerou para outro recorde histórico: os preços ao consumidor na segunda maior economia da Zona do Euro saltaram em maio 5,8% frente ao ano passado. Na Alemanha, o IPC de maio disparou para 7,9% na base anual, contra estimativas de 7,6% e 7,4% na leitura anterior. E na Espanha, o IPC subiu novamente em maio, para 8,7% frente ao ano anterior, acima dos 8,3% anotados em abril, conforme dados de ontem.
🤔 Inflação x Crescimento, dúvidas no ar. Estas altas persistentes dos preços, quando os economistas já pensavam terem alcançado um teto, criam incerteza e volatilidade nos mercados. Está cada vez mais difícil tentar prever a política de juros dos bancos centrais - se estes serão mais ou menos agressivos - e se estas medidas trarão recessão às economias.
🟢 As bolsas ontem: Wall Street fechou por feriado. Stoxx 600 (+0,59%), Ibovespa (-0,81%)
→ Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados
No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Índice de Preços de Imóveis/Mar), PMI de Chicago/Mai, Confiança do Consumidor/Mai, Índice de Atividade das Empresas Fed Dallas/Mai
• Europa: Líderes da União Europeia dão sequência a uma reunião especial em Bruxelas para discutir guerra na Ucrânia, defesa, inflação, energia e segurança alimentar. Zona do Euro (IPC); Alemanha (Taxa de Desemprego/Mai); França (IPC, IPP, Gastos dos Consumidores/Abr); Reino Unido (Crédito ao Consumidor BoE/Abr, Aprovações de Hipotecas/Abr); Espanha (Transações Correntes/Mar)
• Ásia: China (PMI) Industrial; Japão (Encomendas de Construção/Abr, Índice da Confiança Entre as Famílias/Mai, Gastos de Capital/1T22, PMI Industrial/Mai)
• América Latina: Brasil (Taxa de Desemprego, Dívida Líquida sobre o PIB/Mar, Balanço Orçamentário/Mar); México (Taxa de Desemprego/Abr)
• Bancos centrais: Discursos de Elizabeth McCaul (BCE) e Masazumi Wakatabe (vice-presidente do Bank of Japan)
📌 Para a semana:
• Quarta-feira: O Fed deve começar a reduzir o seu balanço de US$ 8,9 trilhões. Também divulga o relatório “Livro Bege” sobre as condições econômicas regionais. Discursos de John Williams (Fed de NY) e James Bullard (Fed St. Louis). Reunião virtual OPEC+
• Quinta-feira: Discurso de Loretta Mester (Fed de Cleveland)
• Sexta-feira: Relatório de Emprego dos EUA em maio. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura libera seu índice mensal de preços de alimentos em um momento de máxima preocupação com o abastecimento global
Destaques da Bloomberg Línea
• Fintech global de US$ 15 bi negocia compra de empresa no Brasil
• Brasil investiga suspeitas de casos de varíola dos macacos em 3 estados
• Alerta para Ambev? Gigante de cerveja na América Latina adverte sobre inflação
• Inflação tornou-se principal vidraça da campanha de Bolsonaro, indica pesquisa
• Combustível barato do México custa caro para cofres públicos
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• Opinião Bloomberg: Nos EUA, gastos do consumidor podem ter atingido pico
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