Empresas no Japão terão que revelar diferença salarial entre homens e mulheres

Exigência também requer que empresas justifiquem publicamente um motivo válido para a diferença entre as remunerações

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Bloomberg — O Japão deve passar a exigir que as empresas divulguem a diferença salarial entre homens e mulheres a partir do final de junho, como parte dos planos do “Novo Capitalismo” do primeiro-ministro Fumio Kishida.

O requisito foi estabelecido em propostas divulgadas nesta terça-feira (31) em um importante painel do governo com o objetivo de aprofundar os objetivos de Kishida. Agora, o plano segue para aprovação do gabinete, prevista para acontecer no início de junho.

A proposta visa clarificar o quanto o Japão está atrás de outras nações na conquista da igualdade salarial de gênero, e além de chamar a atenção para que os salários sejam aumentados em todo o país.

Kishida quer salários mais altos para homens e mulheres para ajudar a formar um ciclo virtuoso de renda mais alta para impulsionar o consumo e o crescimento do país.

Com uma inflação mais alta desde 2008, a necessidade de que as empresas aumentem os salários para acompanhar o aumento dos preços tem crescido cada vez mais.

Ao forçar as empresas a divulgar as disparidades salariais entre homens e mulheres, o governo poderia ajudar a compensar os valores, desde que isso resulte no aumento da remuneração das mulheres em vez de cortes nos salários dos homens.

A regra será aplicada a partir do final de junho a empresas com mais de 300 funcionários, independentemente de serem listadas em bolsa ou não. A divulgação será exigida sempre que o ano fiscal da empresa fechar. A maior parte das empresas divulgará as diferenças em março do próximo ano, já que os anos fiscais de muitas grandes empresas no Japão terminam no período.

As mulheres japonesas ganham em média 77,5% do total que os homens ganham, abaixo da média da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, de 88,4%.

Em grande parte, os constantes apelos do governo para que mais mulheres ocupem cargos de liderança corporativa e política acabaram falhando.

Por fim, as empresas não terão que reportar quanto seus funcionários ganham, apenas a diferença entre homens e mulheres. Empresas com 101 a 300 trabalhadores também serão consideradas para a divulgação obrigatória num futuro próximo, assim que a política for implementada.

A medida também exige que as empresas que justificarem uma razão válida para diferenças salariais serão solicitadas a dar uma explicação em seu site oficial ou por outros meios.

– Esta notícia foi traduzida por Melina Flynn, Content Producer da Bloomberg Línea.

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