Em dia de feriado nos EUA e pouca liquidez, mercados estendem recuperação

Notícia sobre alívio nos lockdowns da China impulsionam os mercados, que também estão de olho em índices de inflação e de confiança da Europa

As variáveis que orientarão os mercados
30 de Maio, 2022 | 08:59 AM

Barcelona, Espanha — Wall Street estará fechada e os futuros de índices nos Estados Unidos funcionam em um ambiente de pouca liquidez. Os mercados hoje terão um dia atípico sem a referência financeira mais importante e nesta manhã encadeiam novas altas. Será uma semana curta (feriado hoje nos EUA pelo Memorial Day e na quinta e sexta-feira no Reino Unido), mas fértil em índices macroeconômicos - tanto do ponto de vista do crescimento quanto da inflação.

As bolsas europeias e os futuros dos Estados Unidos avançavam há pouco. Os títulos soberanos da Zona do Euro recuperavam valor, com os investidores buscando a segurança em um cenário de repique inflacionário.

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Os contratos Nasdaq 100 e os futuros S&P 500 subiam em um sinal de que o salto das ações americanas pode permanecer por mais tempo. O S&P 500 eliminou suas perdas de maio e quebrou uma série de sete quedas semanais. O dólar baixava pelo um terceiro dia em relação aos seus principais pares. Hoje não há negócios com os títulos do Tesouro norte-americano.

O petróleo subia em resposta ao abrandamento dos lockdowns chineses e enquanto a União Europeia trabalha em um plano para proibir as importações de petróleo bruto russo.

Já o Bitcoin saltava com o apetite a risco após China flexibilizar medidas contra a Covid.

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→ Estes são os fatores que estão movendo os mercados:

🧯 Prova de fogo. Na quarta-feira, o Federal Reserve (Fed) deve começar a pôr em prática a redução de seu balanço patrimonial de US$ 8,9 trilhões. Esse é o valor que o maior banco central do mundo detém em títulos - mais do que o dobro que em 2020. Com o mercado de trabalho próximo ao pleno emprego, o Fed avalia que o estímulo deixou de ser necessário. Será uma prova importante: ao liquidar os títulos em vencimento, em lugar de rolar a dívida, o Fed enxuga a liquidez dos mercados. Isso em um ambiente de juros em alta.

🔓 De volta às ruas. O indício de que a China se reconduzirá à normalidade, depois de dois meses fechada para cumprir sua política de Covid Zero, impulsiona os mercados. Pouco a pouco, as ruas do país asiático voltam a se povoar. As duras medidas de contenção da Covid-19, com lockdowns severos, desferiram um duro golpe à segunda maior economia do mundo e afetaram todo o planeta, já que interromperam as cadeias globais de abastecimento e o comércio internacional.

🔥 Preços na Europa. Tudo indica que os preços continuam em ebulição no continente. Na Espanha, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu novamente em maio, para 8,7% frente ao ano anterior, acima dos 8,3% anotados em abril, divulgou esta manhã o Instituto Nacional de Estatística (INE). Os preços dos combustíveis, alimentos e bebidas não-alcoólicas foram os principais vilões.

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📈 A história não para por aí. Os preços da energia, disparados pela guerra na Ucrânia, levaram a um aumento de 31,7% dos preços das importações da Alemanha, comparativamente ao ano anterior. É o maior aumento desde setembro de 1974. Mais tarde o país divulga seu IPC.

🇪🇺 Melhor ânimo. Na Zona do Euro, a confiança do consumidor revisada em maio melhorou ligeiramente: -21,1, em linha com o esperado, contra a estimativa preliminar de -22,0.

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Um panorama dos mercados

🟢 As bolsas na sexta-feira: Dow Jones (+1,76%), S&P 500 (+2,47%), Nasdaq Composite (+3,33%), Stoxx 600 (+1,42%), Ibovespa (+0,05%)

Três dias seguidos de ganhos após a queda acentuada que levou o mercado para baixo por sete semanas consecutivas. Com esse intervalo de recuperação, o S&P 500 apagou as perdas de maio e registrou seu melhor ganho semanal desde novembro de 2020. A onda de compra foi apoiada pelos caçadores de pechinchas, que aproveitaram das recentes quedas para adicionar às suas carteiras ações a preços atrativos.

Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

Feriado nos Estados Unidos (Memorial Day)

Europa: Líderes da União Europeia iniciam uma reunião especial de dois dias, em Bruxelas, para discutir guerra na Ucrânia, defesa, inflação, energia e segurança alimentar. Zona do Euro (Confiança do Consumidor e Clima de Negócios/Mai; Expectativas de Inflação ao Consumidor/Mai); Espanha (IPC); Alemanha (IPC; Preços de Bens Importados/Abr)

Ásia: Japão (Taxa de Desemprego/Abr; Produção Industrial/Abr)

América Latina: Brasil (Boletim Focus; IGP-M/Mai); México (Balanço Fiscal/Abr)

Bancos centrais: Discursos de Christopher Waller (Fed), Joachim Nagel (presidente do Bundesbank)

📌 Para a semana:

Terça-feira: PMI da China; IPC da Zona do Euro

Quarta-feira: O Fed deve começar a reduzir o seu balanço de US$ 8,9 trilhões. Também divulga o relatório “Livro Bege” sobre as condições econômicas regionais. Discursos de John Williams (Fed de NY) e James Bullard (Fed St. Louis). Reunião virtual OPEC+

Quinta-feira: Discurso de Loretta Mester (Fed de Cleveland)

Sexta-feira: Relatório de Emprego dos EUA em maio. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura libera seu índice mensal de preços de alimentos em um momento de máxima preocupação com o abastecimento global

--Com informações da Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.