Turbulência nos mercados divide Wall Street sobre quando sell-off vai terminar

Venda desenfreada em meio a preocupações com inflação e juros interrompeu uma alta de dois anos que começou nas profundezas da covid-19

A queda de 13% do S&P 500 neste ano até agora, por exemplo, é a maior desde 1970
Por Jessica Menton - Matt Turner
29 de Maio, 2022 | 03:47 PM

Bloomberg — Com as ações subindo no final de maio, os investidores estão se perguntando se o pior do colapso deste ano já passou.

Sem dúvida, tem sido um péssimo começo para 2022 em praticamente todos os quesitos. A queda de 13% do S&P 500 neste ano até agora é a maior desde 1970, alimentada por temores de recessão, enquanto o Federal Reserve, o banco central americano, embarca em seu aperto mais agressivo da política monetária desde 2000 para combater a inflação.

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O aumento das taxas de juros prejudicou o fascínio das ações de tecnologia e das teses voltadas a crescimento, com a queda de 22% do Nasdaq 100 – a maior baixa de todos os tempos.

A venda desenfreada interrompeu uma alta de dois anos nas ações que começou nas profundezas da pandemia de covid-19. Mas observações menos agressivas de funcionários do Fed, um consumidor americano resiliente e lucros corporativos otimistas ofereceram aos investidores um pouco de esperança. Isso fez com que o S&P 500 subisse 2,5%, quebrando sua maior sequência de perdas semanais desde 2001.

Embora o caminho histórico das ações de tecnologia esteja desacelerando um pouco, a queda do Nasdaq 100 em relação ao pico de novembro sombreou brevemente sua liquidação pandêmica em março de 2020.

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Sua queda de quase 30% foi a pior desde que o índice caiu mais de 50% no auge da crise financeira global. Após o rali de sexta-feira (27), o indicador está agora 23% abaixo do recorde de fechamento de 19 de novembro.

Os investidores foram penalizados em um ritmo que não era visto desde 2008. O S&P 500 moveu-se em uma faixa diária de pelo menos 1% em cerca de 90% dos pregões em 2022, segundo a Strategas Securities.

S&P 500 está em seu início de ano mais turbulento desde 2008

Um grupo que contrariou a tendência foi o setor de energia, puxado pelos preços do petróleo, estimulados pela guerra na Ucrânia. Isso tornou as empresas de energia as com melhor retorno no mercado de ações, com um ganho de 58% este ano.

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O fim do sell-off, então, está próximo? Analistas dizem que podem haver mais oscilações no mercado antes que as ações atinjam uma baixa final. Mas os valuations baratos começaram a atrair os compradores de volta.

Historicamente, os cinco piores começos de ano para o S&P 500 mostram que o índice se manteve em patamares mais elevados no restante do ano, subindo em média 19,1% nos sete meses seguintes, de acordo com a LPL Financial. Uma ressalva, porém: a negociação e o investimento no mercado de ações mudaram drasticamente desde a década de 1970, sem falar na década de 1930.

Índice S&P 500 retorna do 100º dia de negociação até o final do ano

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