Fundo da Noruega acumula títulos colombianos apesar de eleição

Fundo soberano da Noruega e a Allianz lideraram as compras de títulos colombianos até agora, apesar de eleição conturbada que pode levar ao primeiro governo de esquerda do país

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(Bloomberg) -- O fundo soberano da Noruega e a Allianz lideraram as compras de títulos domésticos colombianos até agora em 2022 apesar de uma eleição conturbada que pode levar ao primeiro governo de esquerda do país.

O Norges Bank fez compras líquidas de 1,96 trilhão de pesos (US$ 500 milhões) no ano até abril, segundo dados obtidos pela Bloomberg. A Allianz, o banco central da Arábia Saudita e a Stichting Pensioenfonds da Holanda estavam entre outros que aumentaram as participações este ano.

Os fundos da Franklin Resources foram os maiores vendedores líquidos, desovando 475 bilhões de pesos da dívida colombiana este ano, seguidos pelo fundo de investimento de pensões do governo do Japão, BlackRock e fundos administrados pela Colchester Global.

Entre autoridades monetárias e governos, Singapura agora é a maior detentora estrangeira de dívida local colombiana, segundo os dados. O ministério das finanças da Colombia não quis comentar.

“A diversificação da dívida colombiana é bastante alta”, disse Sergio Olarte, economista do Scotiabank. “Uma grande proporção dos detentores de dívida externa são investidores de longo prazo que olham muito além da volatilidade de curto prazo, e isso é muito positivo para a valorização da dívida.”

As pesquisas eleitorais indicam que os colombianos estão ansiosos por uma mudança que pode derrubar seu modelo econômico conservador das últimas décadas.

Elas mostram que o senador de esquerda, Gustavo Petro, deve obter o maior número de votos no domingo, mas provavelmente terá que concorrer no segundo turno de 19 de junho contra o candidato preferido dos investidores, Federico Gutierrez, ou Rodolfo Hernandez, que faz campanha anticorrupção.

Os investidores estão alarmados com algumas das propostas mais radicais de Petro, incluindo a suspensão da exploração de petróleo, uma revisão do sistema de previdência privada e um plano para arrecadar cerca de US$ 12 bilhões com impostos sobre os colombianos mais ricos.

Os estrangeiros, que detêm cerca de 25% da dívida em moeda local da Colômbia, foram compradores líquidos de 5,6 trilhões de pesos este ano, segundo dados do Ministério da Fazenda.

Os títulos de dívida local colombiana caíram 6,8% até agora este ano, os únicos entre países latino-americanos no Bloomberg Emerging Market Local Currency Government Index a registrar quedas. Os rendimentos saltarem para máxima de mais de uma década.

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