Bloomberg — A Securities and Exchange Commission (SEC), equivalente à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, enviou uma consulta no mês passado a Elon Musk sobre a forma como ele divulgou a sua maior participação no Twitter (TWTR). Trata-se do sinal mais claro até agora de que o órgão regulador de Wall Street estava e está de olho nas tentativas de Musk para adquirir a rede social.
A SEC solicitou informações de Musk sobre o momento de sua divulgação e o tipo de requerimento que ele fez, de acordo com uma carta datada de 4 de abril. Além disso, o regulador questionou Musk por que o processo “não parece ter sido feito dentro dos 10 dias necessários a partir da data de aquisição, conforme o exigido”.
Musk divulgou em 4 de abril que havia adquirido mais de 9% da empresa, uma semana depois do que os regulamentos permitem, e usando um requerimento normalmente reservado para investidores passivos. Desde então, ele embarcou em uma oferta pública de aquisição da plataforma social.
A carta do departamento de fusões e aquisições da SEC tem como foco um formulário que os investidores devem preencher quando acumulam mais de 5% de uma empresa. O requerimento de Musk anunciando sua participação no Twitter indicou que o bilionário ultrapassou o limite em 14 de março, e ele inicialmente o fez em um formulário voltado para investidores passivos, em vez de usar um requerimento para investidores ativos. Desde então, Musk embarcou em uma oferta altamente pública e aberta sobre a compra Twitter.
O escrutínio ocorre enquanto o presidente da SEC, Gary Gensler, pressiona para endurecer as regras sobre como os investidores devem divulgar que têm uma participação importante em determinada empresa. O chefe da SEC pediu mais transparência e, no início deste ano, propôs reduzir o tempo máximo que um investidor tem para revelar que assumiu uma posição significativa.
Ao longo dos anos, a SEC tem atuado repetidamente em cima de movimentações do CEO da Tesla (TSLA) no mercado de capitais e já investigava se ele e seu irmão violaram as regras de informações privilegiadas ao vender ações da montadora elétrica no final do ano passado - algo que Musk negou. Ele também está lutando contra o regulador no tribunal sobre as consequências de seu infame tweet de que ele havia garantido financiamento para tornar a Tesla privada.
A maneira como Musk divulgou sua participação no Twitter também é objeto de vários processos de investidores. Ele tentou enquadrar sua tentativa de comprar a plataforma como uma cruzada de liberdade de expressão.
Em sua carta, a SEC também pediu a Musk que explicasse suas declarações questionando se o Twitter “adere rigorosamente” aos “princípios de liberdade de expressão”.
– Esta notícia foi traduzida por Melina Flynn, Content Producer da Bloomberg Línea.
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