Breakfast

A carne brasileira na mira da Casa Branca

Também no Breakfast: Mercados atentos a dado de inflação que orienta o Fed; Mineradora canadense avalia projeto no Brasil que vale US$ 5,1 bi e Para gigante de venture capital, bons tempos acabaram e não voltam tão cedo

27 de Maio, 2022 | 06:34 AM
Tempo de leitura: 4 minutos

Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

Em janeiro deste ano, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou um plano para reduzir a concentração da indústria de proteína animal no país, aumentar a competitividade do setor e tentar controlar a inflação, que está no maior nível desde os anos 1980. A promessa foi investir US$ 1 bilhão para colocar em prática medidas que levassem aos objetivos do governo americano.

🎯 Algumas dessas medidas foram anunciadas ontem e colocam na mira da Casa Branca gigantes do setor como Cargill, Tyson, JBS e National Beef, controlada pela brasileira Marfrig. Juntas, as quatro empresas dominam 85% da produção de carne bovina dos Estados Unidos, 70% da suína e 54% da de frango.

🐔 As medidas apresentadas têm como alvo principal o setor de aves. Uma das ações do governo Biden será a abertura de uma investigação sobre a possibilidade de práticas das indústrias na relação comercial com os avicultores serem consideradas injustas o suficiente para serem banidas ou regulamentadas.

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A matéria completa você lê aqui: Biden inicia ofensiva contra frigoríficos para tentar frear inflação nos EUA

Governo vai investigar supostas práticas abusivas cometidas por grandes empresas contra avicultores

Na trilha dos Mercados

A agenda de hoje tem um protagonista soberano e indiscutível: o deflator PCE, indicador de inflação utilizado pelo Federal Reserve (Fed) para balizar suas decisões de política monetária.

Se as expectativas dos economistas se confirmarem, o índice poderá apresentar um recuo, de 6,6% para 6,2%, que representaria a primeira queda desde o final de 2020. E mais importante: poderia indicar que o pico da inflação ficou para trás.

✍🏼 Qual será o roteiro? Apesar de já estar parcialmente descontado pelos operadores, o deflator PCE será vital para traçar conjecturas sobre os próximos passos do Fed, já que o seu presidente, Jerome Powell, deixou claro que o custo do dinheiro subirá até que haja sinais “claros e evidentes” de que a inflação foi controlada. No cenário atual, o mercado desconta duas altas de 0,5 ponto percentual e, nas reuniões derradeiras de 2022, de 0,25 ponto em cada uma.

😰 Trabalho árduo. Mas domar a persistente inflação é um desafio - e dos grandes. Isso porque não depende somente da demanda interna, que pode ser calibrada com o aumento dos juros. O panorama inclui muitas incertezas: a guerra na Ucrânia encarece a energia e as demais matérias-primas. Ao mesmo tempo, os lockdowns na China elevam os custos para as fábricas e afetam as cadeias de abastecimento. É como um efeito dominó. E para complicar, o mercado de trabalho e o consumo nos EUA continuam fortes, o que pode manter os preços nas alturas.

✳️ No começo da manhã, os contratos futuros de índices nos EUA chegaram a tocar o campo negativo, mas instantes atrás voltavam a subir. As bolsas europeias vão em rumos desencontrados. O dia promete volatilidade. Na segunda-feira o mercado norte-americano - NYSE, Nasdaq e os negócios com bônus - fechará por feriado (Memorial Day).

Um panorama dos mercados à primeira hora

🟢 As bolsas ontem: Dow Jones (+1,61%), S&P 500 (+1,99%), Nasdaq Composite (+2,68%), Stoxx 600 (+0,78%), Ibovespa (+1,18%)

Os mercados acionários dos EUA continuaram a avançar. Uma perspectiva favorável para o varejo reforçou a confiança na economia, apesar das interrupções na cadeia de fornecimento e das pressões inflacionárias. Em sessões anteriores, as bolsas haviam sucumbido por piores expectativas de receitas de gigantes como Walmart Inc e Target Corp, mas ontem o panorama clareou. Sinais de que o Fed não optará por uma política monetária ainda mais restritiva também tranquilizaram os operadores.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados

No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

EUA: Índice de Preços PCE/1T22; Renda e Gastos Pessoais; Estoques do Atacado; Índice de Confiança do Consumidor - Universidade de Michigan; Expectativas de Inflação Michigan/Mai; Despesas de Consumo Pessoal/PCE - Fed Dallas/Abr; Balança Comercial de Bens/Abr

Europa: Zona do Euro (Massa Monetária - M3/Abr; Empréstimos ao Setor Privado/Abr); Espanha (Vendas no Varejo/Abr)

América Latina: Brasil (Empréstimos Bancários/Mar; Receita Tributária Federal)

Bancos centrais: Discursos de James Bullard (FOMC/Fed) e Philipe Lane (BCE)

📌 Para segunda-feira:

• Feriado nos Estados Unidos (Memorial Day)

• Europa: Zona do Euro (Confiança do Consumidor e Clima de Negócios/Mai; Expectativas de Inflação ao Consumidor/Mai); Espanha (IPC)

• Ásia: Japão (Taxa de Desemprego/Abr; Produção Industrial/Abr)

• América Latina: Brasil (Boletim Focus; IGP-M/Mai); México (Balanço Fiscal/Abr)

Destaques da Bloomberg Línea

• Mineradora canadense avalia projeto no Brasil que vale US$ 5,1 bilhões

PayPal demite funcionários em nova ação para reduzir custos

Como Davos se adaptou à vida pós-covid

Metaverso de Zuckerberg deve ter perdas ‘significativas’ antes de lucrar

Datafolha sem Doria e Moro: Lula tem 48%, Bolsonaro, 27%

E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante: • Sequoia: ‘bons tempos’ não só acabaram como não devem voltar tão cedo • O inverno chegou: unicórnios VTEX e Bitso fazem demissão em massa • Oferta da Eletrobras já atrai demanda de R$ 13 bilhões, segundo fontes • O que a demanda da China pelo milho brasileiro significa para o agro nacional

• Opinião Bloomberg: É possível o país mais rico do mundo não saber o que é ‘riqueza’?

• Pra não ficar de fora: Davos discute benefícios de quatro dias de trabalho na semana

⇒ Essa foi uma amostra do Breakfast, que na versão completa inclui muitas outras notícias de destaque do Brasil e do mundo.

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe