Anitta é a mais nova sócia de startup brasileira avaliada em R$ 2,2 bilhões

Cantora e empreendedora investe valor não divulgado na Fazenda Futuro, foodtech que produz carne à base de plantas

Anitta disse, em entrevista à Bloomberg Línea, que se surpreendeu positivamente ao experimentar pela primeira vez produtos à base de plantas
26 de Maio, 2022 | 05:00 AM

Bloomberg Línea — Dos palcos para as salas de aula e, agora, para mais um cargo corporativo. A Anitta se tornou a mais nova sócia da foodtech brasileira Fazenda Futuro, conforme anunciou a companhia nesta quinta-feira (26).

Avaliada em R$ 2,2 bilhões, a empresa é uma das primeiras foodtechs da América Latina voltada à produção de carne à base de plantas. Segundo a empresa, um dos objetivos com a chegada da cantora é democratizar e expandir a categoria no Brasil.

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“Minha história com a Fazenda Futuro começou faz um tempo já. Em um dos meus aniversários pedi para que providenciassem hambúrgueres à base de plantas. Fiquei louca com os da Fazenda Futuro e comecei a me interessar mais pelo setor e pela empresa também. Adorei a equipe e fechamos negócio”, conta Anitta à Bloomberg Línea.

Anitta diz gostar de variar o cardápio e de comer de forma consciente sempre que possível, e que se surpreendeu positivamente ao experimentar pela primeira vez produtos à base de plantas. “Minha vida é bem agitada e os produtos à base de plantas vieram para também facilitar minha rotina por serem práticos e rápidos de fazer.”

Sobre sua atuação na companhia, a cantora e empresária conta que vai participar sempre que necessário na gestão dos negócios. “Sou sócia e tenho experiência em gestão. Estou na Fazenda Futuro para somar e ajudar na democratização e crescimento da categoria no Brasil”, afirma.

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O tamanho da participação de Anitta na empresa e o montante investido não foram divulgados.

Em entrevista à Bloomberg Línea, Marcos Leta, CEO da Fazenda Futuro, disse que a mais nova sócia vai cooperar principalmente na parte de inovação e marketing, na área de novos projetos e produtos, de forma a ampliar o conhecimento e acesso ao plant-based.

Anitta empresária

Este é o primeiro investimento de Anitta em uma empresa de alimentos. Além de cantora, compositora e responsável por administrar a própria carreira, ela é ainda conselheira do Nubank (NU), head de criatividade e inovação da Skol Beats, marca da Ambev (ABEV3), e mais recentemente, professora em um curso de empreendedorismo da Universidade Estácio, do grupo Yduqs (YDUQ3). A empreendedora encontra tempo ainda para outras parcerias, como a com o jogo Free Fire, no qual ela ajudou a criar sua personagem, a “Patroa”.

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Com a Fazenda Futuro, Anitta passa a fazer parte de um grupo de celebridades que estão alocando seus recursos em startups deste segmento na América Latina.

É o caso, por exemplo, de nomes como o sete vezes campeão da Fórmula 1 Lewis Hamilton, que investiu junto do campeão tenista Roger Federer na rodada que tornou a foodtech chilena NotCo um unicórnio, em julho de 2021.

Ainda no mercado de produtos à base de plantas, a socialite Kim Kardashian anunciou na terça-feira (24) uma parceria com a americana Beyond Meat, em que atuará como consultora de sabor da marca.

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Marcos Leta, CEO da Fazenda Futuro, e Anitta, nova investidora da empresa

Mercado plant-based

A Fazenda Futuro, que completa três anos este mês, foi pioneira da categoria plant-based no Brasil e hoje atua em mais de 30 países, com os principais negócios concentrados aqui e na Inglaterra. Na América Latina, a companhia atua nos mercados relevantes de consumo de carne animal: Colômbia e Chile, entrando agora também na Argentina.

“O potencial do Brasil é gigantesco, aqui só crescemos. O país representa um dos nossos principais volumes e temos a responsabilidade de continuar democratizando e explicando a categoria de forma divertida, saudável e consciente, de forma a oferecer produtos para o consumidor que já está acostumado a comer carne animal”, afirma Leta.

Os carros-chefes da marca são o hambúrguer, a carne moída e a almôndega. Outros produtos incluem frango, linguiça e o mais novo, o atum, vendido em lata.

Comparando com os Estados Unidos, cujo mercado plant-based começou muito mais cedo, em 2010, Leta diz ver algumas similaridades e espaço para crescimento. “O brasileiro ama carne e está repensando o consumo excessivo de carne animal – o que favorece carnes vegetais que consigam entregar textura e sabor semelhantes, para o consumidor não perder a experiência que ama”, conta.

Produtos “premium”

Questionado sobre os preços mais elevados dos produtos à base de plantas – o que dificulta o maior acesso à população –, Leta argumenta que o plant-based hoje é um produto mais premium porque não recebe os incentivos que a carne animal tem. “Então vai do nosso papel encontrar tecnologia para desenvolver o sabor de carne e processos industriais para reduzir o preço - que é o que estamos fazendo”, afirmou.

“O que vemos de interessante é o brasileiro tentando de alguma forma reduzir o consumo de carne e querendo experimentar essas novas categorias. Então agora não vemos apenas as grandes varejistas, mas mercados de cidades pequenas também abrindo espaço para produtos plant-based”, completou.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.