URGENTE: Governo troca presidência da Petrobras e nomeia Caio Paes de Andrade

Novo CEO substituirá José Mauro Ferreira Coelho, que havia tomado posse há um mês; será o quarto no cargo em pouco mais de um ano

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Bloomberg Línea — A Petrobras (PETR3, PETR4) terá um novo presidente pela quarta vez em pouco mais de um ano. O Ministério de Minas e Energias (MME) acaba de publicar nesta noite de segunda-feira (23) um comunicado em que anuncia que José Mauro Ferreira Coelho, que havia tomado posse em 14 de abril, será substituído por Caio Paes de Andrade.

Ferreira Coelho, por sua vez, substituiu o general Joaquim Silva e Luna, que foi demitido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, por preservar a política da estatal para o reajuste dos preços da gasolina e do óleo diesel, que acompanha as cotações internacionais do petróleo. O mesmo motivo havia derrubado o CEO anterior, Roberto Castello Branco, no começo de 2021. Ele deixou o cargo em abril.

Em ano de eleição presidencial e com a inflação ao consumidor na casa de dois dígitos, o tema se tornou ainda mais relevante para o governo federal. O IPCA, o índice oficial de inflação do país, subiu 12,13% no acumulado em 12 meses até abril, enquanto as expectativas do mercado para 2022 e 2023 apontam para variações acima da meta perseguida pelo Banco Central.

O preço da gasolina subiu 31,22% nos 12 meses até abril, e o do óleo diesel, 53,58%, segundo o IPCA, que é calculado pelo IBGE.

“O Governo Federal decidiu convidar o Sr Caio Mário Paes de Andrade para exercer o Cargo de Presidente da Petrobras. O Sr Caio Paes de Andrade é formado em Comunicação Social pela Universidade Paulista, pós-graduado em Administração e Gestão pela Harvard University e Mestre em Administração de Empresas pela Duke University”, diz o comunicado do ministério publicado às 21h31.

Paes de Andrade é atualmente secretário Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia e faz parte do conselho da Pré-Sal Petróleo SA e da Embrapa.

Os ADRs (recibos de ações da estatal negociados em Nova York) estavam em leve queda nas negociações do after market desta segunda-feira, depois de um dia de ganhos acima de 5%. Na B3, as ações subiram perto de 4% depois de uma sessão de valorização do barril do petróleo no exterior.

‘Lucro absurdo’

A troca de Ferreira Coelho é a primeira medida de destaque tomada pelo novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, que tomou posse há duas semanas em substituição ao almirante Bento Albuquerque. Na ocasião, a escolha foi interpretada por analistas de mercado e de política como uma decisão do governo de colocar uma pessoa de confiança na pasta que formalmente controla as indicações para a Petrobras. Sachsida embarcou na então candidatura de Bolsonaro no começo da campanha.

Bolsonaro tem mostrado descontentamento não só com os reajustes da gasolina e do óleo diesel como com os resultados expressivos que a Petrobras tem apresentado na esteira da valorização do petróleo. Foi assim no começo do mês, quando anunciou lucro de R$ 44,5 bilhões no primeiro trimestre e a distribuição de R$ 48,5 bilhões em dividendos. O lucro foi classificado como “absurdo” pelo presidente, que disse que a estatal iria “quebrar o Brasil”caso continuasse a reajustar os preços dos combustíveis.

“O Brasil vive atualmente um momento desafiador, decorrente dos efeitos da extrema volatilidade dos hidrocarbonetos nos mercados internacionais. Adicionalmente, diversos fatores geopolíticos conhecidos por todos resultam em impactos não apenas sobre o preço da gasolina e do diesel, mas sobre todos os componentes energéticos”, aponta o comunicado do ministério ao se referir ao aumento dos combustíveis.

“Dessa maneira, para que sejam mantidas as condições necessárias para o crescimento do emprego e renda dos brasileiros, é preciso fortalecer a capacidade de investimento do setor privado como um todo.”

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