Bloomberg — A Petrobras (PETR4; PETR3) tem a maior queda entre as principais empresas produtoras de petróleo globais nesta terça-feira (24), depois que a decisão do presidente Jair Bolsonaro de demitir o diretor-presidente da companhia alimentou o temor de interferência política na estatal.
As ações preferenciais fecharam em queda de 2,92% em São Paulo, maior recuo em um mês, depois de o governo indicar Caio Mário Paes de Andrade para substituir o atual CEO José Mauro Ferreira Coelho. Essa é a terceira mudança no cargo durante a administração Bolsonaro e vem na esteira da crescente insatisfação com o aumento dos preços dos combustíveis.
“O modo de intervenção parece estar se intensificando” antes da eleição presidencial de outubro, escreveram analistas do Morgan Stanley liderados por Bruno Montanari, em um relatório, reafirmando uma recomendação ‘equal-weight’ -- equivalente à manutenção -- para as ações.
Atualmente, a Petrobras é negociada a 2,3 vezes o Ebitda estimado, menos da metade dos múltiplos de 5,4 e 5,9 das gigantes petrolíferas americanas Exxon Mobil e Chevron, respectivamente, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
As mudanças recorrentes e o ruído político ajudam a explicar por que a Petrobras não consegue reduzir seu desconto para seus pares “mesmo após vários trimestres de resultados financeiros e operacionais positivos”, escreveram os analistas do BTG Pactual Pedro Soares e Thiago Duarte.
No início deste ano, a empresa anunciou um lucro líquido de cerca de R$ 106,7 bilhões referente ao ano de 2021, seguido por uma distribuição de dividendos sem precedentes -- graças ao rali dos preços da commodity.
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