Petrobras cai mais de 2% após nova troca no comando e puxa Ibovespa

Sinal de alerta para o setor de tecnologia dos EUA e avanço da covid-19 na China também contribuem para sentimento de aversão ao risco

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Bloomberg Línea — Os mercados globais iniciam esta terça-feira (24) em queda, puxados principalmente por empresas de tecnologia e por preocupações em relação à alta inflação e menor crescimento econômico.

No Brasil, as atenções recaem sobre a Petrobras (PETR3; PETR4), após o governo anunciar a troca da presidência da estatal e nomear Caio Paes de Andrade – a quarta mudança no comando da companhia em pouco mais de um ano. As ações da petroleira abriram em queda da ordem de 4% e às 10h15 (horário de Brasília) caíam cerca de 2,6% na B3.

Para a Ativa Investimentos, a mudança traz sinais negativos para o mercado, uma vez que simboliza (novamente) o desconforto do acionista majoritário com a forma como a Petrobras vem tocando a sua política de preços. “Ademais, a chegada de Caio poderá significar a aplicação de política de preços de derivados ainda mais espaçada, abrindo espaço para a vigoração mais perene de preços defasados frente aos praticados no mercado internacional”, escreve, em nota.

Os analistas Junia Gama e Andre Vidal, da XP Investimentos, também veem a notícia como negativa, dado que ‘tal rotatividade não é saudável para nenhuma empresa”. A dupla, contudo, não vê o movimento como uma mudança na política de preços de combustíveis da Petrobras. A casa manteve a recomendação de compra para os papéis da estatal, com preço-alvo de R$ 47,80.

Na agenda doméstica, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, teve alta de 0,59% em maio, acima do esperado pelo mercado. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice acumula alta de 4,93% no ano e de 12,29% em 12 meses.

Confira o desempenho dos mercados na manhã desta terça-feira (24):

  • Por volta das 10h15 (horário de Brasília), o Ibovespa caía 0,84%, negociado aos 109.422 pontos;
  • O dólar à vista recuava 0,47%, a R$ 4,79;
  • Entre os contratos de juros futuros, o DI para 2025 subia 26 pontos-base, a 12,29%;
  • Nos EUA, os índices futuros recuavam: o do Dow Jones caía 0,6%, o do S&P 500 recuava 1,03%, enquanto o da Nasdaq cedia 1,7%;
  • Na Europa, as principais bolsas também caíam: o índice Dax, da Alemanha, por exemplo, tinha baixa de 0,80%;

Cenário internacional

Na cena externa, o sentimento é negativo após a Snap Inc. (SNAP) apontar para o cenário de alto risco macroeconômico, junto com a divulgação de seus resultados trimestrais. A empresa citou o ambiente desafiador para o setor de tecnologia, marcado pela alta da inflação e dos juros e disse que não deve atingir o resultado previsto para o segundo trimestre. No pré-mercado de Nova York, as ações da empresa de rede social afundavam mais de 34%, por volta das 10h15 (horário de Brasília).

Na China, um aumento no número de novos casos de covid-19 reacendem o risco de novos lockdowns na região, antes mesmo de a economia reabrir como um todo. Já na Europa, o crescimento dos setores de serviços e industrial desapontou segundo a leitura da prévia do índice PMI de maio.

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