Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.
A Petrobras terá um novo presidente pela quarta vez em pouco mais de um ano. O Ministério de Minas e Energias (MME) anunciou na noite de ontem que José Mauro Ferreira Coelho, que havia tomado posse em 14 de abril, será substituído por Caio Paes de Andrade.
↔️ Ferreira Coelho, por sua vez, entrou no lugar do general Joaquim Silva e Luna, que foi demitido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, por preservar a política da estatal para o reajuste dos preços da gasolina e do óleo diesel, que acompanha as cotações internacionais do petróleo. O mesmo motivo havia derrubado o CEO anterior, Roberto Castello Branco, removido do cargo em fevereiro de 2021.
🛢️ Em ano de eleição presidencial e com a inflação ao consumidor na casa de dois dígitos, o tema se tornou ainda mais relevante para o governo federal. O IPCA, o índice oficial de inflação do país, subiu 12,13% no acumulado em 12 meses até abril, enquanto as expectativas do mercado para 2022 e 2023 apontam para variações acima da meta perseguida pelo Banco Central. O preço da gasolina saltou 31,22% nos 12 meses até abril, e o do óleo diesel, 53,58%, segundo o IPCA, que é calculado pelo IBGE.
🔴 A troca de Ferreira Coelho é a primeira medida de destaque tomada pelo novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, que tomou posse há duas semanas em substituição ao almirante Bento Albuquerque. Na ocasião, a escolha foi interpretada por analistas de mercado e de política como uma decisão do governo de colocar uma pessoa de confiança na pasta que formalmente controla as indicações para a Petrobras. Sachsida embarcou na então candidatura de Bolsonaro no começo da campanha.
➡ Leia também: Sachsida, agora ministro, foi um dos primeiros a embarcar na campanha de Bolsonaro
Na trilha dos Mercados
Ásia, Europa, Estados Unidos. Em todos os cantos, os mercados acionários se tingiam de vermelho. São dois os principais condicionantes desta manhã: os lockdowns asiáticos e os prognósticos corporativos.
🔒 Política Covid-zero. A indicação da China de que não relaxará suas restrições à mobilidade, de modo a conter qualquer avanço dos contágios pela Covid-19, leva ao temor de que a paralisação prejudique ainda mais as cadeias de abastecimento. O país não dá mostras de que mudará sua política antes de julho. Embora a China esteja lançando medidas para estimular a economia e, com isso, minimizar o impacto dos lockdowns, o mercado continua cético.
⚠️ Alerta corporativo. As ações de empresas tecnológicas se vêem prejudicadas pelo alerta, feito ontem depois do fechamento das bolsas, sobre o futuro financeiro da rede social Snap. A empresa revisou para baixo suas expectativas de resultados para o segundo trimestre deste ano. O CEO Evan Spiegel alertou seus empregados de que não alcançará os objetivos que traçou para a receita e lucro do período.
🧐 PMIs mais fracos? Hoje também há uma bateria de indicadores PMI, que inclui dados de empresas industriais do setor privado. Esta manhã já conhecemos o PMI manufatureiro da Zona do Euro: atingiu 54,4 em maio, contra projeções de 54,7 e uma leitura de 55,5 na pesquisa anterior. Os novos pedidos continuam se reduzindo, o que aponta para uma desaceleração do setor, afetado pela inflação e pelos abalos na cadeia de abastecimento. Na Alemanha houve melhora, mas pelo acúmulo de pedidos. Mais tarde será o vez de os EUA divulgarem este importante indicador.
🏦 Fed e BCE. Hoje falam o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e a dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde. O impacto tende a ser de neutro a negativo, dependendo do cenário que pintem. Ontem, a líder do BCE, reforçou que é provável que o BCE comece a aumentar as taxas de juros em julho, retirando os juros europeus do terreno negativo.
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones (+1,98%), S&P 500 (+1,86%), Nasdaq Composite (+1,59%), Stoxx 600 (+1,26%), Ibovespa (+1,71%)
As bolsas norte-americanas começaram a semana com bom humor, depois que o S&P 500, na última sexta-feira, ameaçou entrar em território de baixa e completou sua sétima semana consecutiva de perdas, a pior sequência desde 2001. Ontem, os bancos lideraram a jornada de recuperação: o chefe do JPMorgan Jamie Dimon disse que as “nuvens de tempestade” sobre a economia dos EUA poderiam se dissipar. O bom humor do mercado também foi impulsionado pelo presidente dos EUA Joe Biden, que disse que iria rever as tarifas da era Trump sobre as importações da China.
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No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• Indicadores PMIs: Estados Unidos, Zona do Euro, Alemanha, França, Reino Unido,
• EUA: Índice de Atividade Nacional Fed Chicago/Abr, Índice Redbook, Venda de Casas Novas/Abr, Índice de Manufatura Fed Richmond/Mai, Índice do Setor de Serviços Richmond/Mai
• Europa: França (Pesquisa em Empresas/Mai); Reino Unido (Dívida Líquida do Setor Público/Abr, Pesquisa CBI de Varejo e Distribuição/Mai)
• Ásia: Japão (IPC)
• América Latina: Brasil (IPCA-15/Mai) ; México (IPC/1ª quinzena de Maio)
• Bancos centrais: Discursos de Jerome Powell (presidente do Fed), Christine Lagarde (presidente do BCE), Sam Woods (vice-presidente do BoE) e Silvana Tenreyro (BoE)
• Balanços: Best Buy, Intuit
📌 Para a semana:
• Quarta-feira (Ata de Política Monetária do FOMC/Fed; Relatório de Estabilidade Financeira do BCE; Decisão do banco central da Nova Zelândia sobre juros);
• Quinta-feira (Decisão sobre juros do banco central da Coreia; Nos EUA: PIB e Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego)
• Sexta-feira (Nos EUA: Índice de Preços PCE; Renda e Gastos Pessoais; Estoques do Atacado; Índice de Confiança do Consumidor - Universidade de Michigan)
Destaques da Bloomberg Línea
• Biden e Georgieva rebatem medo de recessão que dá o tom em Davos
• Japão exigirá de empresas dados de diferença salarial de gênero
• JPMorgan vê impulso para ações com US$ 250 bilhões de fundos
• Mudança climática torna ondas de calor como a da Índia 30 vezes mais prováveis
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• Opinião Bloomberg: Fórum Econômico Mundial sempre tem potencial, mas raramente traz soluções
• Pra não ficar de fora: O presidente-executivo do Credit Suisse (CS), Thomas Gottstein, acredita que os bancos nunca voltarão a trabalhar em período integral no escritório