Bloomberg — A decisão do governo indiano de limitar a exportação de açúcar restringe oferta global e as atenções se voltam para o Brasil.
A Índia, o segundo maior exportador de açúcar do mundo depois do Brasil, restringirá as exportações de açúcar acima de 10 milhões de toneladas como medida de precaução para proteger seu próprio suprimento de alimentos, segundo informou a Bloomberg News. Quando as remessas atingirem 9 milhões de toneladas, os exportadores terão que solicitar licenças para enviar 1 milhão de toneladas restante.
“A manchete é positiva para os preços do açúcar, mas não muda muito o quadro de oferta, já que o mercado espera entre 9 e 10 milhões”, disse Ben Seed, analista da Czapp.
O açúcar branco para entrega em agosto subiu até 1,4%, chegando a US$ 559,70 por tonelada, mais cedo em Londres.
“A reação do mercado foi uma surpresa”, disse Michael McDougall, diretor administrativo da Paragon Global Markets. A confirmação da proibição indiana volta o foco para o Brasil, disse ele.
A Unica deve divulgar seus últimos números nesta semana. Há preocupação com “rendimentos agrícolas” no Brasil, disse Seed. “Provavelmente há mais aspectos negativos para a colheita do que positivos. Você também tem a dinâmica com o mercado de energia, com a paridade do etanol” e da gasolina no país, com o chefe da Petrobras (PETR4; PETR3) sendo demitido ontem (23). Preços mais altos do combustível significam que mais cana-de-açúcar vai para a produção de etanol.
O açúcar branco também sente a pressão da menor capacidade nas refinarias e “vários players no Oriente Médio não conseguem abastecer o mercado com a quantidade de açúcar que normalmente ofereceriam”, disse Seed.
Em outros mercados agrícolas, café e algodão caíam enquanto o cacau subia.
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