FBI desarmou plano para matar Bush em vingança por guerra do Iraque

Segundo dossiê, conspiradores queriam matar o ex-presidente porque achavam que ele era responsável por matar muitos iraquianos

George W. Bush
Por Erik Larson
24 de Maio, 2022 | 07:03 PM

Bloomberg — Um complô terrorista para assassinar o ex-presidente George W. Bush em vingança pela Guerra do Iraque foi descoberto no início deste ano, informou o Federal Bureau of Investigation (FBI) em um mandado de busca que perdeu sigilo.

Shihab Ahmed Shihab, um solicitante de asilo iraquiano, descreveu o plano para um informante pago do FBI que também levou o suspeito pela cidade de Dallas, nos Estados Unidos, para realizar vigilância na casa e no escritório de Bush, em fevereiro, de acordo com um mandado de busca de 23 de março aberto no mês passado no tribunal federal de Columbus, em Ohio.

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Os conspiradores “queriam matar o ex-presidente Bush porque achavam que ele era responsável por matar muitos iraquianos e dividir todo o país do Iraque”, disse o agente especial do FBI John Ypsilantis, membro da Força-Tarefa Conjunta de Terrorismo em Cincinnati, no documento.

O mandado, relatado pela primeira vez nesta terça-feira (24) pela Forbes, foi selado novamente. Um porta-voz do escritório do procurador dos Estados Unidos em Cincinnati se recusou a comentar. Freddy Ford, porta-voz de Bush, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Citando a segurança operacional, o agente especial do Serviço Secreto Steve Kopek se recusou a comentar o assunto, exceto para dizer que “o Serviço Secreto dos EUA leva a sério todas as ameaças aos nossos protegidos”.

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Apoio do Estado Islâmico

Quatro cidadãos iraquianos, dois dos quais são ex-agentes de inteligência, deveriam ser contrabandeados para os EUA da Turquia, Egito e Dinamarca como parte da trama, disse o agente do FBI. O plano envolvia levar os conspiradores para o México e depois cruzar a fronteira para o Texas, disse Ypsilantis.

Embora Shihab não fosse ele próprio membro do grupo militante Estado Islâmico, o mandado descreveu o complô de contrabando como uma “tentativa de fornecer apoio material a uma organização terrorista estrangeira designada, especificamente o ISIS”.

Morador de Columbus, Shihab pediu ao informante detalhes sobre as operações de segurança na casa de Bush em Dallas e sobre o rancho em Crawford, no estado do Texas, disse o agente do FBI. Segundo o dossiê, o informante pegou Shihab no aeroporto de Dallas em fevereiro e o auxiliou enquanto ele usava seu telefone para gravar um vídeo da casa fechada de Bush, bem como da biblioteca e dos escritórios do Instituto George W. Bush.

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Shihab supostamente disse ao informante “que ele queria se envolver no ataque e assassinato reais” e que “não se importava se morresse, pois ficaria orgulhoso de estar envolvido”, cita o mandado de busca.

Ele também perguntou sobre como obter distintivos falsos do FBI ou da polícia, disse o FBI. O informante fornece informações em troca de dinheiro há mais de 10 anos e gravou muitas de suas conversas com Shihab, de acordo com o documento.

Na semana passada, Bush reacendeu a controvérsia sobre a guerra quando inadvertidamente transpôs “Iraque” para “Ucrânia” enquanto criticava o presidente russo Vladimir Putin por lançar uma “invasão brutal e totalmente injustificada”.

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