Bloomberg — O presidente-executivo do Credit Suisse (CS), Thomas Gottstein, acredita que os bancos nunca voltarão a trabalhar em período integral no escritório.
“É irreal e não é o que os funcionários querem”, disse ele em entrevista no Fórum Econômico Mundial em Davos nesta segunda-feira (23). “Estamos de uma maneira suave tentando encorajar as pessoas a voltar, mas é contraproducente se você forçar demais.”
Os comentários se somam a um coro crescente na Europa apoiando políticas de trabalho flexíveis, à medida que os credores buscam atrair e reter talentos. Também está em forte contraste com o tom mais rígido adotado por alguns colegas dos EUA, que geralmente estão menos dispostos a se alinhar às demandas de sua força de trabalho.
Empresas com sede na Europa, como o BNP Paribas (BNP) da França, o Banco Bilbao Vizcaya Argentaria da Espanha e o UBS (UBS) da Suíça revisaram suas políticas de trabalho remoto.
“Nunca voltaremos aos antigos 80% a 90% das pessoas no escritório”, disse Gottstein. Com base nas políticas da empresa, cerca de 60% dos funcionários deveriam estar trabalhando no escritório, mas o número real é de 37% e Gottstein indicou que não há muito o que fazer para forçar as pessoas a voltar.
“Acho que em certas cidades como Londres - onde o deslocamento é doloroso -, as pessoas preferem ficar um ou dois dias fora de casa, não precisam se deslocar”, disse o executivo de 58 anos, apontando para uma recente viagem à capital do Reino Unido.
“É engraçado se você olhar para as estatísticas semanais, segundas e sextas são muito baixas, e então terça, quarta e quinta eles estão no escritório. E acho que isso veio para ficar”, disse Gottstein.
--Com a colaboração de Steven Arons
Leia também
Após colapso, ações de empresas de tecnologia ainda não gritaram ‘compre agora’