Bloomberg — Prepare-se para uma nova onda de queda no índice de ações mais acompanhado do mundo, à medida que crescem os temores do impacto econômico do maior aperto monetário do Federal Reserve em décadas.
Após o S&P 500 flertar com um mercado de baixa na semana passada e registrar mais de US$ 1 trilhão em perdas, os participantes da última pesquisa MLIV Pulse, do blog de mercados da Bloomberg, estimam que há mais por vir.
É provável que o indicador continue a cair este ano antes de chegar a cerca de 3.500 pontos, segundo a projeção mediana de 1.009 entrevistados. Isso representaria um declínio de cera de 10% em relação ao fechamento de sexta-feira de 3.901 - e uma queda de 27% em relação ao pico de janeiro.
A postura hawkish a todo custo do Fed, o caos nas cadeias de suprimentos e a intensificação das ameaças ao ciclo de negócios minam a confiança na máquina de lucros corporativos dos EUA, enquanto os valuations das ações continuam afundando.
Após a mais longa série de perdas semanais em mais de duas décadas, apenas 4% dos leitores do MLIV calculam que o S&P 500 atingiu o fundo do poço para o ano. E um punhado vê uma liquidação histórica rumo a 2.240 pontos – testando novamente as mínimas da pandemia.
Os gestores de renda variável sofreram uma queda pior durante o tumulto causado pela Covid em 2020, mas isso não serve de muito consolo para perdas projetadas dessa magnitude.
“Ainda acho que o pior não ficou para trás”, disse Savita Subramanian, chefe de renda variável e estratégia quantitativa para EUA no Bank of America, em entrevista à Bloomberg Television. “Há uma nuvem de sentimento negativo por toda parte.”
Projeções de lucro pessimistas como as da varejista Target e da empresa de equipamentos de rede Cisco Systems levaram os investidores a cortarem os preços das ações na semana passada. As posições vendidas em um grande fundo de ações negociado em bolsa saltaram para perto dos níveis vistos pela última vez em março de 2020.
Um novo movimento de refúgio em títulos do Tesouro americano sugere que os gestores estão ficando cada vez mais temerosos com a trajetória econômica, lockdowns na China e o prolongado conflito na Ucrânia.
Como o colapso das ações do setor de varejo na semana passada, os entrevistados se tornaram mais pessimistas na última parte do período de votação de 17 a 20 de maio. Em média, gerentes de risco foram mais pessimistas do que gestores de portfólios e operadores do chamado sell-side.
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