Mercados sobem na Europa e nos EUA com juro menor na China para turbinar economia

Principais contratos futuros nos EUA avançavam mais de 1%, enquanto o europeu Stoxx 600 superava o 1,5% de alta; petróleo subia com perspectiva de aumento da demanda

As variáveis que orientarão os mercados
20 de Maio, 2022 | 08:38 AM

Barcelona, Espanha — Os investidores regressam à renda variável e levantam tanto as bolsas europeias como os contratos futuros de índices nos Estados Unidos. Desta vez, a China ajuda a turbinar as operações.

Os contratos futuros indexados ao S&P 500 e ao Nasdaq 100 subiam mais de 1%, encolhendo as perdas em Wall Street na quinta-feira. Os prêmios dos títulos do Tesouro norte-americano avançavam e o dólar mostrava estabilidade, depois de registrar sua maior queda de um dia desde 2020. O petróleo se situava acima dos US$ 112 por barril.

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Na Europa, o índice Stoxx Europa 600 aumentava mais de 1,5%, apagando as perdas da semana. Neste mercado, os fabricantes de automóveis lideravam o avanço, recuperando-se após dois dias de queda. As ações de empresas de recursos básicos também iam pela senda positiva, seguindo de perto a recuperação dos preços dos metais industriais. Os produtos de consumo eram o único setor a insistir no campo negativo, influenciada pelas previsões de tempos difíceis pela fabricante suíça de relógios Richemont.

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🇨🇳 Empurrão à economia chinesa. O banco central do país asiático reduziu o juro dos empréstimos de cinco anos em um valor superior ao esperado, numa clara tentativa de compensar o impacto dos lockdowns pelos surtos de Covid-19 na economia, sobretudo no mercado imobiliário.

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🤯 Dilema Inflação x Economia (ainda) no radar. Isso não quer dizer que se dissiparam as preocupações de que uma política monetária mais restritiva freie em seco a economia dos Estados Unidos. O temor com relação à dose do remédio para tratar a inflação galopante tem sido uma máxima dos mercados globais, que rumavam para uma sequência - histórica - de sete semanas em queda.

📊 De olho na macro. Na Europa, o destaque do dia é a confiança ao consumidor na Zona do Euro, que deve mostrar deterioração. Nos EUA, hoje a agenda está fraca.

⏺️ Ontem, o indicador de atividade industrial compilado pelo Fed de Filadélfia mostrou uma piora mais forte que a projetada pelos analistas. Caiu para 2,6 em maio, contra 17,6 no mês anterior - o menor nível de atividade desde o começo de 2020, o que sugere que talvez o Fed não precise utilizar toda a sua artilharia para esfriar a economia e, com isso, debelar as pressões inflacionárias.

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Notícias da China dão um gás aos mercados

🟢 As bolsas ontem: Dow Jones (-0,75%), S&P 500 (-0,58%), Nasdaq Composite (-0,26%), Stoxx 600 (-1,37%), Ibovespa (+0,71%)

Em uma sessão em que as bolsas de valores lutaram para manter os números no azul, as preocupações sobre uma política monetária mais restritiva pesaram sobre o desempenho da bolsa de valores no final. A venda maciça de ações esta semana deixou o S&P 500 à beira de seu sétimo declínio semanal, a maior sequência desde que a bolha da internet estourou há mais de duas décadas, segundo a Bloomberg.

Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: Contagem de Sondas Baker Hughes

• Europa: Zona do Euro (Confiança do Consumidor/Mai); Alemanha (IPP/Abr); Reino Unido (Vendas no Varejo/Abr)

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• América Latina: Brasil (Receita Tributária Federal); Argentina (Balanço Orçamentário/Abr)

• Bancos centrais: Discursos de Edouard Fernandez-Bollo e Philipe Lane (BCE); Huw Pill (BoE); Joachim Nagel (presidente do Bundesbank)

• Balanço: Deere & Company

--Com informações da Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.