Biden chega à Ásia com planos para a economia e segurança em pauta

O presidente dos EUA vai se reunir com líderes de países asiáticos em uma tentativa de firmar apoio a seus planos econômicos e de segurança

Os EUA e seus parceiros pretendem iniciar o chamado 'Quadro Econômico Indo-Pacífico', como parte dos esforços do governo americano para conter a influência da China na Ásia
Por Sohee Kim - Jenny Leonard
20 de Maio, 2022 | 02:49 PM

Bloomberg — O presidente americano Joe Biden chegou à Coreia do Sul nesta sexta-feira (20), onde deve visitar um complexo de semicondutores da Samsung, enquanto busca reforçar cadeias de suprimentos que reduzem a dependência da China.

A primeira viagem de Biden à Ásia como presidente, que vai até a próxima terça-feira (24), também inclui o Japão. Ele se reunirá com líderes regionais em uma tentativa de firmar apoio a seus planos de ajudar a Ucrânia a após a invasão da Rússia, e combater as ameaças de segurança representadas pela China e pela Coreia do Norte, que podem realizar seu primeiro teste nuclear desde 2017 com Biden na região.

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A viagem de Biden às fábricas da Samsung ressalta seu ênfase em fortalecer as alianças de semicondutores entre os maiores países fabricantes de chips do mundo, numa tentativa de aliviar a escassez que se arrastou pela economia global. O complexo em Pyeongtaek, no sul de Seul, abriga algumas das maiores linhas de produção de chips do mundo além de uma ampla gama de produtos, de chips de memória a chips lógicos para a empresa americana Qualcomm e outras.

A Samsung é responsável por um terço da produção global de chips de memória e controla pouco menos de 20% dos chips terceirizados para clientes de tecnologia. A maior empresa da Coreia do Sul também vem expandindo suas instalações em seu país de origem e nos EUA, para acompanhar a demanda crescente.

O governo Biden tem pressionado o Congresso a aprovar um amplo projeto de lei de concorrência com a China, que inclui US$ 52 bilhões em financiamento para a pesquisa e fabricação doméstica de semicondutores. O presidente inclusive se engajou recentemente a instar pessoalmente o Congresso a agir.

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“Passe a maldita conta e envie para mim”, disse Biden no início deste mês. “Se o fizermos, isso ajudará a reduzir os preços, trazer empregos domésticos e impulsionar o retorno da manufatura dos Estados Unidos.”

A viagem do presidente americano, que segue até terça-feira (24), inclui também uma visita ao Japão, na tentativa de fortalecer laços com países da região

Enquanto isso, os legisladores ainda precisam resolver as diferenças entre as versões da legislação aprovadas pelo Senado e pela Câmara, um processo que pode levar até o final do verão, que no Hemisfério Norte termina entre outubro e novembro.

A Casa Branca muitas vezes usou a contínua escassez global de semicondutores e seu impacto na inflação como argumentos para a aprovação de programas de subsídios. Mas analistas dizem que a escassez vai durar até 2023, e a oferta doméstica de chips que entrará em operação não aliviaria significativamente a crise atual.

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A Samsung anunciou novos planos de investimento nos EUA no final do ano passado. A empresa escolheu o estado do Texas para um projeto de US$ 17 bilhões para a construção de uma fábrica de chips que deve ser iniciada ainda neste ano, com a meta de iniciar as operações no segundo semestre de 2024.

Encontros presenciais

O presidente americano deve conhecer o novo presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol logo após sua chegada. O conservador Yoon, que assumiu o cargo em 10 de maio, apoiou as iniciativas de Biden para fortalecer as cadeia de suprimentos e pretende ingressar em um novo grupo econômico regional que o presidente dos EUA deve apresentar durante sua visita ao Japão.

Os EUA e seus parceiros também iniciarão o Quadro Econômico Indo-Pacífico, como parte dos esforços do governo Biden para conter a influência da China na Ásia, após a retirada dos EUA das negociações sobre o acordo comercial regional da Parceria Transpacífico, ainda sob o comando do ex-presidente Donald Trump.

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Mas algumas nações asiáticas estão relutantes em aderir ao quadro econômico porque não têm certeza do que isso significará, disse o embaixador dos EUA no Japão, Rahm Emanuel.

Alguns detalhes do plano permanecem nebulosos, mas o governo Biden sinalizou que não incluirá tarifas mais baixas ou melhor acesso aos mercados americanos.

Ameaça nuclear?

A Coreia do Norte, que tem o hábito de sincronizar suas provocações com eventos políticos, pode estar se preparando para lançar um míssil balístico intercontinental ou realizar um teste nuclear para coincidir com a viagem de Biden à região, disseram autoridades de segurança dos EUA e da Coreia do Sul nesta semana.

A pressão dos EUA para isolar a Rússia por causa da guerra de Vladimir Putin na Ucrânia, juntamente com a crescente animosidade em relação à China, permitiu ao líder norte-coreano Kim Jong Un fortalecer sua convicção nuclear sem medo de enfrentar mais sanções no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Há poucas chances de que a Rússia ou a China apoiem quaisquer medidas contra a Coreia do Norte, como fizeram em 2017 após uma série de testes de armas que levaram Trump a alertar sobre “fogo e fúria” de Pyongyang.

– Esta notícia foi traduzida por Melina Flynn, Content Producer da Bloomberg Línea.

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