Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.
Enquanto uns se desfazem de seus ativos, outros andam à caça de oportunidades. E no meio da onda vendedora nos Estados Unidos, as empresas da América Latina têm despertado a atenção de grandes investidores. É o caso da gestora britânica Lightrock, que acaba de captar US$ 300 milhões para criar um fundo direcionado a investimentos em growth equity, ações com grande potencial de crescimento, de empresas latino-americanas.
Com US$ 3 bilhões de ativos sob gestão, investidos em 14 países na Europa, Estados Unidos, América Latina, Ásia e África, a estratégia da empresa é ampliar sua exposição na região onde atualmente já tem recursos aplicados no unicórnio colombiano Tul, plataforma de e-commerce que vende materiais de construção para pequenos comerciantes, na chilena Betterfly e na Dock, do segmento de banking as a service, modelo que permite a empresas não bancárias oferecer serviços financeiros essenciais.
Cerca de 80% dos recursos captados serão direcionados ao Brasil e o restante para os demais países da região. Com o novo fundo, os investimentos da gestora na América Latina se aproximam de US$ 700 milhões. “Nos próximos anos esperamos aumentar nossa exposição na região para mais de US$ 1 bilhão”, explicou à Bloomberg Línea o Head da Lightrock na América Latina, Marcos Wilson Pereira.
💸 Mais capital para a América Latina
Marcelo Claure, CEO e fundador da Claure Capital e ex-executivo do SoftBank International, também demonstra otimismo com a região. Ele disse acreditar que a situação geopolítica global acabará direcionando mais capital à América Latina, que tende a ser vista como um fornecedor natural manufatura ao mundo ocidental.
“A América Latina sempre esteve atrás, e cerca de 10 anos atrás da China”, afirmou em evento organizado pela Bloomberg News. “Quando você tem tanta infraestrutura danificada, esqueça as avaliações por um segundo e pense no surgimento da comunidade empreendedora [para corrigir esses problemas de infraestrutura por meio da tecnologia].”
Na trilha dos Mercados
Os mercados financeiros continuam na rota de perdas que ontem apagou US$ 1,5 trilhão de valor das ações norte-americanas. A crescente preocupação de que a alta dos preços exigirá subidas mais pronunciadas dos juros, o que pode estancar o crescimento econômico, fomenta a pressão vendedora.
🔻 Vermelho é a cor dos mercados. Os resultados financeiros de gigantes do varejo lançaram uma cortina de fumaça nos mercados, estremecendo a confiança na capacidade de resistência da maior economia do mundo. O impacto da persistente inflação - que não dá mostras de que vá se retirar - já se faz sentir nas margens de algumas companhias e também na confiança do consumidor.
Ontem, por exemplo, as ações da rede Target desabaram mais de 25% diante da previsão de que o aumento dos custos trará lucros menores. O Walmart também amargou fortes perdas e a fortuna da família Walton, controladora da varejista, caiu nada menos que US$ 17 bilhões com o declínio das ações.
🔎 Atas do BCE e dados macro. Na agenda do dia, os investidores buscarão sinais sobre o estado de saúde da economia e como isso pode repercutir no custo do dinheiro. Nos Estados Unidos, sai o Índice de Indicadores Antecedentes e, na Europa, o foco estará voltado à ata de política monetária do Banco Central Europeu (BCE).
🟢 As bolsas ontem: Dow Jones (-3,57%), S&P 500 (-4,04%), Nasdaq Composite (-4,73%), Stoxx 600 (-1,14%), Ibovespa (-2,34%)
Wall Street registrou ontem sua maior queda diária em quase dois anos. Os investidores colocaram na balança o impacto da inflação, que reluta em se estabilizar no curto prazo, sobre a política monetária e o crescimento econômico. Em meio a uma venda maciça nos mercados, os preços do petróleo caíram para seu nível mais baixo em quase uma semana, já que os lockdowns pelos contágios de Covid-19 na China nublam as perspectivas da demanda de petróleo bruto.
→ Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados
No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego; Índice de Atividade Industrial Fed Filadélfia/Mai; Índice de Indicadores Antecedentes dos EUA/Abr; Vendas de Casas Usadas/Abr
• Europa: Zona do Euro (Produção do Setor de Construção/Mar; Transações Correntes/Mar); Reino Unido (Índice CBI Tendências Industriais/Mai; Confiança do Consumidor GfK/Mai)
• Ásia: Japão (IPC Nacional/Abr); China (Taxa Preferencial de Empréstimo do BPC); Hong Kong (Taxa de Desemprego/Abr)
• América Latina: Brasil (Reunião do CMN); Argentina (Atividade Econômica/Mar; Balança Comercial/Abr)
• Bancos centrais: Atas da reunião de Política Monetária do BCE. Discursos de Joachim Wuermeling e Burkhard Balz (Bundesbank); Luis de Guindos (BCE)
• Balanços: Xiaomi, Applied Materials, Palo Alto Networks, Kohl’s, easyJet
Destaques da Bloomberg Línea
• Asa de frango a R$ 170: Preços dos alimentos devem subir ainda mais
• Mineradora britânica com projeto no Araguaia vê maior demanda de níquel no Brasil
• David Solomon, CEO do Goldman Sachs, vê risco de recessão e inflação ‘punitiva’
• Conselho do Twitter diz que pretende seguir com acordo de Musk
• Populismo ameaça investimento na América Latina, dizem especialistas
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