Bloomberg — O Governo obteve luz verde dos ministros do TCU para privatizar a Eletrobras (ELET3; ELET6), a maior empresa de geração de eletricidade do país.
O Tribunal de Contas da União aprovou a venda por 7 votos a 1 nesta quarta-feira (18), em sessão em que retomou as deliberações após adiar sua decisão final em 20 dias para dar mais tempo a um de seus membros para avaliar o processo. O governo do presidente Jair Bolsonaro busca arrecadar cerca de R$ 67 bilhões com a venda de sua participação majoritária na empresa, que gera cerca de 30% de toda a eletricidade no Brasil.
A União possui diretamente 51,82% das ações ordinárias da Eletrobras, segundo informações do site de Relações com Investidores da companhia; cerca de outros 20% estão indiretamente nas mãos do governo federal por meio de fatias detidas pelo BNDES ou BNDESPar e por fundos.
O governo quer vender o controle da Eletrobras rapidamente, pois a volatilidade do mercado pode aumentar à medida que as eleições presidenciais de outubro se aproximam, potencialmente diminuindo o entusiasmo dos investidores.
Um dos membros do TCU, Vital do Rego, disse considerar o preço fixado pelo governo supostamente baixo demais e votou contra a venda. Nos últimos dias, o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, fez um tour por todos os escritórios da corte pedindo apoio, conforme sua agenda oficial.
O Ministério de Minas e Energia busca vender a participação do governo na empresa entre julho e agosto. No entanto, o BNDES, que detém uma fatia de 11% na empresa, expressou ressalvas quanto ao momento, dizendo que esse é tipicamente um período de baixa liquidez no mercado. Ou seja, não há tanto capital de investidores para operações desse porte.
Em meio à inflação mais acelerada em quase duas décadas, alguns aliados de Bolsonaro pediram que o governo use parte dos recursos eventualmente obtidos com a venda para subsidiar as contas de luz.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o favorito na corrida presidencial segundo as pesquisas eleitorais, prometeu cancelar a venda se for eleito, ou tentar reverter se já tiver acontecido.
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