Abre aqui, fecha ali: Milhares são colocados em quarentena na China

Ao passo que Xangai flexibiliza suas restrições para controlar a covid, cidade portuária de Tianjin foi o mais novo local a fechar para conter casos

Estima-se que entre 10 mil e 30 mil moradores da vila de Liuanzhuang foram colocados em quarentena
Por Linda Lew
18 de Maio, 2022 | 05:05 PM

Bloomberg — Milhares de pessoas em uma vila perto da cidade portuária chinesa de Tianjin foram obrigadas pelo governo a entrar em quarentena. Vídeos nas redes sociais mostraram moradores andando pelas ruas e entrando em ônibus enquanto as autoridades continuam implantando as rígidas medidas da política de Covid Zero no país.

Moradores da vila de Liuanzhuang, no norte de Tianjin, foram ordenados na segunda-feira (16) a embalar seus pertences e se preparar para serem transportados para centros de isolamento depois que dezenas de casos de covid-19 foram detectados no local. Imagens compartilhadas em redes sociais como Weibo e Twitter mostraram multidões de pessoas carregando bagagens, caminhando em direção aos ônibus ou esperando na fila.

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Tianjin, lar do maior porto do norte da China, vive uma nova rodada de casos, o que aumenta a preocupação de que a cidade que faz fronteira com Pequim possa ver um retorno às restrições vistas em janeiro, quando os testes em massa e os bloqueios desencadeados por um surto da doença interromperam as operações de montadoras globais como a Toyota.

A cidade realizou uma campanha de testes em massa no domingo, que descobriu 22 casos positivos, a maioria deles no distrito de Beichen, onde está localizada a vila de Liuanzhuang. Tianjin relatou 55 infecções locais na terça-feira (17).

As ligações para o centro de saúde do distrito de Beichen e para a clínica em Xiaodian que atende a vila de Liuanzhuang, não foram atendidas. Moradores que compartilharam vídeos da transferência em massa na vila de Liuanzhuang não responderam às mensagens enviadas no aplicativo Douyin pela Bloomberg News.

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Estima-se que entre 10 mil e 30 mil moradores da vila foram colocados em quarentena, de acordo com postagens nas redes sociais.

A China continua firmemente comprometida com sua abordagem de tolerância zero à covid, mesmo quando variantes altamente contagiosas geram surtos mais frequentes e enquanto o resto do mundo se abre. As fronteiras do país permanecem fechadas e mesmo pequenos surtos desencadeiam uma resposta desproporcional. A estratégia está deixando a China isolada e cobrando um preço cada vez maior na economia e nas cadeias de suprimentos globais.

Após um lockdown intenso de seis semanas, onde a maioria dos moradores não conseguiu sair de casa, mesmo para fazer compras, Xangai está começando a diminuir as restrições. Embora as autoridades tenham declarado o fim da disseminação comunitária na metrópole de 25 milhões de habitantes, os novos surtos em Tianjin e na província de Sichuan, no sul - que registrou 201 infecções na terça-feira - podem provocar novas restrições.

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A China isola todos os casos positivos para covid e seus contatos próximos como forma de conter a transmissão. A abordagem foi bem-sucedida em anular o surto inicial de vírus em Wuhan em 2020, mas provou ser mais difícil de ter sucesso com cepas como a ômicron. Locais para realização de quarentena estão sendo construídos em todo o país, e em Xangai, estádios e centros de convenções também foram convertidos em hospitais improvisados.

Em 2021, mais de 20 mil moradores de mais de uma dúzia de vilarejos em Shijiazhuang, cidade no norte da China, foram colocados em quarentena centralizada já que as autoridades de saúde temiam que as condições de vida na área facilitassem a propagação da covid.

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